Você imagina como seria morar em uma cidade sem que tivesse a possibilidade de comprar uma passagem de ônibus para viajar para outro município? Pois os moradores de Bela Vista do Paraíso, Porecatu e Alvorada do Sul, na Região Metropolitana de Londrina, experimentaram essa sensação na semana passada, quando a empresa que operava a rota desistiu da linha, considerada deficitária.

No dia 16 de novembro o serviço foi interrompido e voltou a funcionar dois dias depois, mas em fase de testes. O DER/PR (Departamento de Estradas de Rodagem do Paraná) informou que abriu chamamento público convocando novas empresas para assumir a linha. Uma delas, que declarou interesse, encaminhou documentação, e foi autorizada, prestando o serviço desde sexta-feira (18).

O problema é que prefeituras foram pegas de surpresa e os usuários também. Se por um lado as empresas prestam um atendimento e esperam receber e ter lucro pelo trabalho realizado, por outro lado se trata de um serviço de interesse público.

Entre as pessoas que usam os ônibus intermunicipais estão cidadãos que não têm carro e que não podem pagar um táxi ou um carro de aplicativo para ir a um município vizinho pegar um ônibus. Muitas vezes são pessoas que viajam para tratamento médico ou para uma emergência, como uma morte de um familiar. Ou então dessa viagem depende um emprego ou uma vaga em uma universidade.

A mobilidade precisa ser vista com muita atenção pelo serviço público nas mais diferentes esferas. Se o número de passageiros vem caindo a ponto de não comportar que a cidade mantenha uma linha diárias de ônibus de 45 lugares saindo da rodoviária, está na hora de buscar experiências que estão trazendo resultados positivos em outras cidades brasileiras e até mesmo no exterior.

Mesmo que sejam poucos usuários, eles precisam de transporte. A mobilidade urbana não é um desafio apenas nas grandes metrópoles, mas também nas cidades menores, como observamos no caso da falta de serviço de ônibus intermunicipal em Bela Vista do Paraíso, Porecatu e Alvorada do Sul.

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