Neste Dia Internacional da Mulher, duas reportagens da FOLHA mostram os dois lados da moeda. De um lado, histórias inspiradoras de três gerações de professoras, uma carreira que exige boa formação e principalmente amor. Do outro lado está um balanço divulgado pelo Néias - Observatório de Feminicídios de Londrina, que acompanhou processos de feminícios tentados e consumados e cujos processos foram julgados no tribunal do júri da cidade.

O estudo mostra que cinco (46%) desses casos foram de feminicídio tentado, quatro (36%) foram de feminicídio consumado, e dois (18%) foram de homicídio qualificado, por se tratar de crime anterior à lei do feminicídio de 2015.

A socióloga Silvana Mariano, responsável pela elaboração do relatório, cobra mais políticas públicas para dar respaldo para as vítimas. "Nos parâmetros internacionais envolveria a prevenção, a punição e a reparação de danos com a restituição dos direitos”, declarou.

A violência contra a mulher é um mal que faz parte do cotidiano de muitas brasileiras. E o mais grave é que mesmo vítimas que tinham medida protetiva em vigor por ocasião do crime foram atacadas. Nesses casos, o Estado falhou em acolher e garantir a segurança de quem já havia pedido socorro.

Imagem ilustrativa da imagem EDITORIAL - Respeito às mulheres
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O município de Londrina conta com uma rede estruturada para atendimento das mulheres vítimas de violência. Elas devem procurar o CAM (Centro de Referência de Atendimento à Mulher), que oferece atendimento social, psicológico e orientação jurídica a mulheres nessa situação. Também oferece a Casa Abrigo Canto de Dália, que oferece serviço de acolhimento institucional destinado a oferecer abrigo temporário às mulheres vítimas de violência doméstica, em situação de grave ameaça e risco de morte, acompanhadas ou não de seus filhos e filhas menores de 18 anos.

Mas o fundamental, conforme apontou a secretária municipal da Mulher, Liange Doy, é que a mulher busque ajuda já no começo de um relacionamento abusivo. Dessa forma, pode evitar sofrimentos e tragédias e possibilitar a punição do autor do crime.

O ideal é que o jornal hoje trata-se apenas das histórias das professoras, atuais e futuras, que com o seu trabalho ajudam na construção de um país com mais respeito e sem violência. Uma realidade que já deveria fazer parte da rotina de todos e todas.

Feliz Dia da Mulher e obrigado por ler a Folha!