Depois de se converter em ponto de disputa política, a vacinação contra a Covid-19 entra na fase dos preparativos para começar a livrar os brasileiros da doença em 2021. Previsões mais otimistas dão conta de que teremos a vacina em caráter emergencial para grupos de risco entre janeiro e fevereiro do próximo ano. Só assim a população começará, literalmente , a respirar mais aliviada, depois de um ano em que as palavras “máscara” e “álcool em gel” foram de longe as mais citadas.

Depois de muitos questionamentos, o Ministério da Saúde divulgou um plano de vacinação emergencial em massa que prevê a primeira fase da vacinação numa escala de prioridade para os trabalhadores da saúde; população idosa com mais de 75 anos; pessoas com mais de 60 anos que vivem em instituições de longa permanência, como asilos e instituições psiquiátricas, e população indígena.

Depois, sucessivamente, serão vacinados pessoas entre 60 e 74 anos; pessoas com comorbidades e, por fim, professores, forças de segurança e salvamento, funcionários do sistema prisional e população privada de liberdade. Tudo isso, até que a cobertura vacinal atinja toda a população em meses subsequentes. Por ora, a Anvisa deverá conceder apenas licença emergencial para os primeiros imunizantes disponíveis. Dentro desse princípio não haverá vacinas disponíveis nas clínicas particulares. Isso acontece porque a Anvisa entende que ainda não há estudos concluídos sobre as vacinas pesquisadas e trata esta primeira leva como "experimental."

Enquanto isso, a primeira remessa de vacinas dos laboratórios Pfizer e BioNTech já chegou ao Reino Unido e será levada a todas as regiões do país ainda em 2020. Só no primeiro lote são 10 milhões de doses disponibilizados pelo NHS, serviço público de saúde britânico. Ao todo, foram encomendadas 40 milhões de doses para imunizar inicialmente 20 milhões de pessoas.

Diferentemente de outros países, o Brasil caminha a passos lentos para a imunização num momento em que voltam a aumentar os casos de Covid-19 e as mortes pela doença no País, depois de um período relativamente mais tranquilo.

O ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, também prevê a distribuição de apenas três tipos de vacinas contra o coronavírus no serviço público, tendo em vista que as fábricas de imunizantes têm poucas quantidades para atender o cronograma no Brasil. Até a população brasileira atingir a vacinação em massa de forma efetiva, muitos ainda poderão ser contaminados e até mesmo morrer.

Enquanto faltam vacinas, existe ainda uma ala que insiste em implicar com a CoronaVac, a vacina fabricada na China pela Sinovac em parceria com o Instituto Butantã de São Paulo, ou com a Sputink V, fabricada na Rússia em parceria com a Tecpar do Paraná.

A resistência tem mais a ver com um viés ideológico em relação a países ditos "comunistas" - apesar das evidências político-econômicas ao contrário. Só a título de comparação, não custa lembrar que na China morreram cerca de 5 mil pessoas pela Covid-19 até hoje, ao passo que no Brasil já são mais de 175 mil. Tendo em vista os números, que venham as vacinas, independentemente de bandeiras e ideologias. O que está em xeque é tão somente a eficácia capaz de salvar vidas.

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