A questão da produção de lixo é uma das principais preocupações da sociedade de hoje quando se trata de temas ambientais. Problema que se agrava quando analisamos a proporção muito menor dos materiais que não são reutilizados e não são encaminhados para destinação correta.

Todo esse cenário ainda é impactado pelo consumo desenfreado e desperdício, males tão comuns nesses tempos de instantaneidade. É um problema complexo, cuja solução envolve uma "força-tarefa" do poder público e da sociedade civil. O descarte incorreto de resíduos gerados em nossas casas, escritórios, indústrias, órgãos públicos e espaços de lazer vem contribuindo para a poluição e o surgimento de doenças.

O município de Londrina, que já foi premiado internacionalmente por reciclagem de lixo, hoje vê a vida útil do seu aterro sanitário em perigo. A área de 30 alqueires possui cinco valas (células) cheias e, desde agosto de 2021, abriu uma sexta para receber as 412 toneladas diárias de lixo que chegam ao local de segunda a sábado, carregadas por 19 caminhões que fazem a coleta pública no município, incluindo distritos, patrimônios e vilas rurais.

Um dos estudos apresentados no PMGIRS (Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos), instituído por meio da Lei nº 13.438, de julho de 2022, é o relatório de gravimetria, em que constatou-se que das 412 toneladas diárias de lixo destinadas ao CTR, 40% são matéria orgânica; 19% são plástico; 8% são outros tipos de materiais, com destaque para resíduos de espuma; 7% de têxteis; 6% de papel; 2% de papelão e 1% de vidro, isopor, metal, resíduos de construção e demolição. A amostra foi coletada entre os dias 29 de junho a 4 de julho de 2020.

“Um dos principais problemas é que destinar quaisquer outros resíduos que não sejam rejeito para o aterro diminui o tempo útil das células. Há um sistema operacional complexo e de alto custo que poucos conhecem. E, justamente por isso, muitos resíduos que deveriam ser recolocados em novo ciclo produtivo, para gerar novos produtos, infelizmente são encaminhados para a CTR”, ressalta a geógrafa e servidora da Gerência de Educação Ambiental da Sema (Secretaria Municipal do Ambiente), Mariza Pissinati. CTR é a Central de Tratamento de Resíduos, que fica no distrito de Maravilha, na zona sul de Londrina.

A missão de preservar a vida útil do aterro sanitário de Londrina depende de esforço e conscientização de todos. É preciso um programa de educação ambiental ininterrupto atingindo as crianças nas escolas, assim como os adultos, por meio de campanhas e ações nas empresas, igrejas, sindicatos e associações.

Essencial mostrar o processo de separação do lixo e as vantagens de fazê-lo para os brasileiros que ainda desconhecem o funcionamento da reciclagem. Não é possível que o Brasil continue sendo um grande gerador de lixo e um dos países que menos recicla.

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