A questão do déficit habitacional do Brasil, ou seja, da falta de moradias, tem sido enfrentada de diferentes maneiras por governos municipais, estaduais e federais. Na última campanha para presidente da República, como não poderia deixar de ser, o tema foi bastante explorado pelos candidatos, já que a demanda por moradias vem aumentando entre a população de mais baixa renda nos últimos anos.

Projetos da esfera federal e estaduais têm peso importante nesse área. Principalmente porque os números do déficit habitacional no Brasil são gigantescos e não se resolverão de uma hora para outra, pois são históricos, frutos de décadas de políticas sistêmicas de desigualdade social.

Por outro lado, localmente, estamos vendo uma iniciativa interessante, como é o caso da proposta feita pela Cohab-Ld (Companhia de Habitação de Londrina) de vender imóveis de propriedade da companhia, localizados na região leste da cidade, usando o dinheiro para a construção de habitações em projetos sociais.

O processo licitatório se dará por disputa de valores. Ao todo são 25 terrenos que, na avaliação de mercado, não comportam moradias populares por conta do preço e da localização. Esta é a primeira vez que a Cohab-Ld comercializa um conjunto inteiro de lotes para fins comerciais.

A alienação dos terrenos foi aprovada pela Câmara Municipal de Londrina em março deste ano. Na justificativa, a prefeitura anexou estudos técnicos e mostrou que as áreas não eram adequadas à construção de moradias.

Os lotes colocados à venda possuem área que variam de 250 a 628 metros quadrados, com preço médio entre R$ 112 mil e R$ 218 mil, enquadrados na área de zoneamento comercial ZC5. Poderão ser instalados ali barracões e fábricas de pequeno porte.

Segundo a Cohab-Ld, Londrina tem, atualmente, sete mil famílias vivendo em condições muito precárias. Uma política de moradia popular é garantia de dignidade e de diminuição da exclusão social.

Uma cidade como Londrina atrai famílias humildes em busca de oportunidade de trabalho e de uma vida digna. As casas ou apartamentos que serão construídos com o dinheiro da venda dos terrenos da zona leste da Cohab não resolverão a situação de moradia de um número grande de pessoas. Mas a negociação serve ao propósito da companhia, que é pensar a habitação das famílias que vivem na cidade e precisam do amparo e da proteção do poder público.

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