EDITORIAL - Pedágio: uma primeira conquista
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sexta-feira, 19 de março de 2021
Folha de Londrina
As discussões sobre o modelo de pedágio que será adotado no futuro ainda segue acontecendo, mas é praticamente unânime o anseio da população paranaense por um programa que não ataque de forma tão feroz o bolso dos motoristas, o caixa das empresas e acaba impactando no desenvolvimento econômico do estado.
Nesta semana, os bispos da Igreja Católica do Paraná se juntaram a várias instituições e entidades preocupadas com o novo modelo de concessão e divulgaram uma carta com cinco pontos considerados essenciais : licitação pela tarifa mais baixa; mais investimentos para modernização das rodovias; mais segurança e conforto para os usuários; transparência e acesso facilitado aos dados e respeito aos novos conceitos de sustentabilidade.
A sociedade representada por várias entidades paranaenses já deixou claro que desaprova o modelo atual praticado por mais de duas décadas e também o sistema híbrido sugerido pelo governo federal. Foram anos de sofrimento pagando as tarifas mais caras do país.
Por isso, a mobilização é grande entre os paranaenses para se fazerem ouvidos e atendidos. Uma primeira vitória foi alcançada pela região norte. Dirigentes do Ministério da Infraestrutura já admitiram retirar do município de Londrina a praça de pedágio prevista para a PR-445, instalando-a mais próxima a Mauá da Serra. A informação foi divulgada esta semana pelo diretor de Transportes Rodoviários da Secretaria Nacional de Transportes Terrestres, Guilherme Bianco, em reunião online com representantes do empresariado paranaense (G7) e outras lideranças.
Não é o ideal transferir o problema para outro município, tanto que o deputado estadual Tercílio Turini reforçou que "a posição permanece de não aceitar pedágio na PR-445, com a rodovia duplicada até Mauá da Serra. Assim como continua a mobilização contra o pedágio na BR 376, próximo a Califórnia e Apucarana e a inclusão do Contorno Leste de Londrina.
A mobilização precisa continuar principalmente porque já sabemos quanto custou para o bolso dos paranaenses e os prejuízos para o desenvolvimento do estado contratos malfeitos, populismo e ações judiciais que se arrastaram por anos com poucos resultados positivos.
Para que esse filme não se repita, a sociedade deve ficar atenta e acompanhar de perto as discussões e decisões que estão norteando o novo modelo. O preço do pedágio não pode continuar sufocando os cidadãos e a competitividade do setor produtivo.
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