Um estudo realizado pela Universidade Federal do Paraná (UFPR) mostra que apenas 51% do total das obras de duplicação de rodovias previstas no contrato das atuais concessionárias de pedágio do Anel de Integração foram concluídas no prazo. O mesmo ocorre em relação aos trechos onde estava prevista a construção de terceira faixa. Somente 57% das obras do tipo foram executadas no período previsto.

Imagem ilustrativa da imagem EDITORIAL - Pedágio e obras
| Foto: Gustavo Carneiro

Os dados foram apresentados nesta terça-feira (23) por técnicos do Instituto Tecnológico de Transportes e Infraestrutura, da UFPR, durante audiência pública da Frente Parlamentar sobre o Pedágio da AL (Assembleia Legislativa) do Paraná.

Dos 855 quilômetros previstos para duplicação de rodovias, apenas 430 km foram executados. Já dos 377 km de terceiras faixas previstos, a execução ficou em 213 km. Muito aquém do que estava nos contratos e das expectativas dos paranaenses, que sempre pagaram um dos pedágios mais caros do País.

O número de viadutos que deixaram de ser construídos pelas concessionárias também impressiona: 33. Na BR-369, quatro contornos foram excluídos, de acordo com o estudo: contorno norte (Londrina-Cambé-Ibiporã), contorno de Cornélio Procópio, Andirá e Cambará.

Hoje, o motorista de carro paga R$ 26,40 para passar pela praça de Jataizinho. Os outros valores cobrados na região de Londrina são: R$ 24,40 em Jacarezinho, R$ 22,70 em Sertaneja, e R$ 11,70 em Arapongas.

O estudo indica que a exclusão de obras representa um prejuízo importante no bolso dos usuários das rodovias. A cobrança das tarifas começou em junho de 1998. Apenas um mês após o início da cobrança, no entanto, o governador Jaime Lerner (1937-2021) baixou unilateralmente o valor das tarifas em 50%, na média. Naquele ano, ele foi reeleito para o cargo.

Na Justiça, as concessionárias conseguiram deixar de cumprir obrigações contratuais, como algumas obras. Esse é o grande problema, pois essas obras foram excluídas do atual contrato e aparecem no novo, cujo leilão será em 2022. “São obras que serão pagas novamente pelos usuários", disse Eduardo Riggon, professor da UFPR e responsável pelo estudo. Esses contratos vencem no próximo fim de semana e os condutores poderão viajar sem pagar as altas tarifas no Anel de Integração do Paraná.

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