EDITORIAL - Participação das mulheres no mercado de trabalho
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segunda-feira, 13 de junho de 2022
Folha de Londrina
Nos últimos dois anos, várias pesquisas mostram que se a pandemia afetou o trabalho de muita gente, o impacto foi maior ainda para as mulheres do que para os homens.
Em março deste ano, uma pesquisa divulgada pelo IBRE-FGV (Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas) apontou que, desde 2012, a taxa de desemprego das mulheres é superior à dos homens.
De acordo com o levantamento, o índice de desempregadas era de 16,45% em 2021, o equivalente a mais de 7,5 milhões de mulheres. No total, o índice médio anual de desemprego na economia foi de 13,20% em 2021, de acordo com o levantamento.
O estudo foi feito com base em análise de dados da PNAD de 2021, do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Em períodos eleitorais, como este de 2022, é comum que as propagandas de candidatos e partidos políticos tratem do tema da participação feminina no mercado de trabalho e na gestão pública. Infelizmente, terminado o clima de eleições, ficam de lado as promessas de inclusão das mulheres nesses ambientes em que domina a presença masculina.
Na edição desta segunda-feira (13), a FOLHA trata em suas páginas da seção de Emprego do esforço de mulheres jovens em buscar carreiras tradicionalmente desempenhadas pelos homens.
Um levantamento realizado pelo Senac-PR, especialmente para a FOLHA, revela o aumento da procura por cursos pelo público feminino em profissões culturalmente dominadas pelos homens.
Sem medo de pegar no pesado, as meninas também começam a garantir o seu lugar em espaços antes quase que exclusivos deles, mostrando que elas podem e vão ocupar vagas do mercado a partir das próprias competências.
Do total de matrículas, de janeiro a maio de 2022 no Senac-PR, o curso de formação de barbeiros, contou com a matrícula de 187 interessados, sendo 27% mulheres. Chama a atenção a procura pela formação como baristas, onde as matrículas de mulheres (62%) superam a de homens e para a qualificação como garçom, onde as meninas ficaram com 41% das matrículas.
Vencidos esses desafios do ingresso no mercado de trabalho, elas têm mostrado potencial em desenvolver a atividade e buscar exercer a liderança de equipes. Nesta edição, a reportagem conversou com jovens mulheres que trabalham como barbeira, mecânica e eletricista.
Importante ressaltar que a discussão sobre a evolução da mulher no mercado de trabalho vai além do debate de igualdade de gêneros. É preciso mudar questões culturais como aquelas de profissões para homens ou para mulheres. A competência não depende do sexo da pessoa.
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