Dados do SPC (Sistema de Proteção de Crédito) da Acil (Associação Comercial e Industrial de Londrina) referentes a março de 2022 deram conta que o nível de endividamento dos londrinenses cresceu. Quando observado o comparativo entre os meses de março de 2021 e de 2022, a inadimplência cresceu 30%. Entre o primeiro trimestre do ano passado e o primeiro trimestre deste ano, o índice de pessoas que não conseguiram quitar seus débitos foi ainda maior, de 41%.

Para o consultor econômico da Acil e colunista da FOLHA, Marcos Rambalducci, o aumento desses índices mostrou que o londrinense vem encontrando dificuldades para honrar seus compromissos. Segundo o economista, a alta da inadimplência pode ser explicada pelo aumento das vendas a crédito de janeiro a março deste ano, que superaram os resultados do primeiro trimestre do ano passado. “As vendas subiram significativamente, ou seja, mais consumidores comprando aumenta a possibilidade, em números absolutos, de uma elevação na inadimplência.

Falar em endividamento e, consequentemente, em inadimplência, é sempre alarmante. Isso porque, em muitos famílias, principalmente as mais carentes, acaba se optando por pagar as faturas mais urgentes, e deixando outras pendentes por tempo indeterminado.

Mas a pesquisa do SPC da Associação Comercial de Londrina trouxe dados também positivos: a elevação de 46% no volume de consumidores que deixaram o cadastro do SPC em março de 2022 na comparação com igual mês do ano anterior. Ainda conforme o estudo, houve elevação de 33% no número de negativados que conseguiram limpar o nome no comparativo entre o primeiro trimestre deste ano com o primeiro trimestre do ano passado.

Para Rambalducci, esse aumento é reflexo do crescimento de 4,6% na oferta de empregos formais na cidade nesse período. O maior número de pessoas empregadas tem permitido que consumidores inadimplentes renegociem ou quitem os débitos pendentes.

O crescimento na oferta de emprego é a situação que a população mais espera. O desemprego é uma das condições mais cruéis em uma sociedade, porque suas consequências são devastadoras e aumentam a desigualdade social.

Felizmente, desde os primeiros meses do ano, especialistas vêm comentando que a abertura de vagas vai se manter em tendência de recuperação em 2022, tanto na carteira assinada quando no trabalho informal. Isso acontece em razão da normalização das atividades econômicas especialmente nos setores de comércio e serviços.

É evidente que o quadro econômico continua preocupante, mas esses sinais de melhora são um alento. Para que deixe se der uma tendência e se torne efetivamente uma situação efetiva de recuperação, é preciso que nossos governantes e parlamentares busquem um caminho colaborativo quanto a resolver os problemas da sociedade. Nesse momento, o pedido de socorro do cidadão vem do bolso e está no desafio do salário ser suficiente para pagar todas as contas e durar o mês inteiro.

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