A escalada para cima do preço do botijão de gás no Brasil provocou mudanças na vida de muitas famílias e algumas recorreram ao fogão a lenha para o preparo de refeições. O brasileiro tem feito o que pode para economizar nesse item essencial, já que o preço da unidade em Londrina está variando entre R$ 128 e R$ 135 o de 13 quilos, valor muito alto para quem ganha, por exemplo, salário mínimo de R$ 1.212,00.

A necessidade de ajustar as contas do mês ao salário está levando algumas pessoas a optarem por um caminho perigoso: a compra de botijões de gás em revendas irregulares, prática que traz sérios riscos para a saúde e para o bolso do consumidor.

Uma recente pesquisa do Sinegás (Sindicato das Empresas Revendedoras de Gás Liquefeito de Petróleo do Estado do Paraná) apontou que a cada três revendas de GLP, duas são de forma ilegal.

Na região de Londrina, há 116 revendedores autorizados pela ANP (Agência Nacional do Petróleo), mas a entidade afirma que esse número cresce consideravelmente quando entram na conta os pontos de venda ilegais.

As revendas não autorizadas praticam um preço abaixo do mercado, que pode chegar a uma média de R$ 30 de diferença. Variação que parece atraente para quem precisa fazer render o dinheiro, mas que tem um custo alto se o consumidor avaliar os riscos. "Ele adquire o produto achando que está levando uma grande vantagem, mas pode estar levando uma bomba para casa e, às vezes, abaixo do peso”, alertou a advogada do Sinegás, Patrícia Rocha.

Sem ter de arcar com todos os encargos inerentes à regularização do ponto de venda, o comércio ilegal consegue vender o gás de cozinha por preços abaixo do mercado. Por outro lado, a falta de certificação pode trazer prejuízos ao consumidor. Um deles é a não emissão de nota fiscal, que funciona como uma garantia em caso de problemas com o produto. Botijões irregulares também não costumam vir com o lacre com as informações sobre a empresa responsável pelo envase.

Em reportagem nesta quarta-feira (24), a Folha de Londrina traz orientações do Procon-LD e do Sinegás para que os consumidores não caiam no golpe das revendas ilegais. Uma das dicas é quanto à aparência do botijão, que não podem estar amassados ou enferrujados, assim como precisam conter lacre, marca da distribuidora em alto relevo, rótulo com instruções de uso, nome e telefone da distribuidora, mês e ano de fabricação legíveis. A reportagem também traz informações sobre como denunciar a venda ilegal de gás de cozinha ao Procon.

Desconfiar de preços muito abaixo da média é o ponto de partida. Uma revenda ilegal de botijões de gás de cozinha coloca em risco quem compra o produto e também a vizinhança do estabelecimento, já que pode estar estocando os botijões fora dos padrões de segurança, sem observar, por exemplo, ventilação e distância necessárias.

O consumidor deve fazer a parte dele, não comprando produtos irregulares. Mas cabe também aos órgãos fiscalizadores atuarem de forma contínua e efetiva para coibir a prática e punir os vendedores que enganam o cidadão e colocam em risco a saúde da população.

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