O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, revisou o calendário de vacinação contra a Covid-19 e adiou o fim de imunização do grupo prioritário em quatro meses. Em vez de maio, o governo deve terminar em setembro a imunização (com as duas doses) das pessoas que apresentam risco para a doença causada pelo novo coronavírus. O anúncio do adiamento do fim dessa etapa foi divulgado pelo ministro em entrevista coletiva nesta quarta-feira (21).

Fazem parte do grupo prioritário 77,2 milhões de pessoas no Brasil. O ministro espera, no entanto, que essa etapa dos grupos prioritários ocorra antes, pois a pasta está fazendo um esforço para fechar novos contratos de compra de vacina e insumos.

Apesar do esforço de fechar mais contratos de compra do imunizante, a notícia não deixa de ser uma ducha de água fria na esperança de que a população brasileira seja imunizada em 2021. Até mesmo porque não é a primeira vez que o Ministério da Saúde adia o término de etapas de vacinação contra a Covid-19.

E em meio ao anúncio de mais um adiamento do fim da primeira etapa da vacinação contra o novo coronavírus, o Senado começa a dar os primeiros passos na CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) da Covid.

A comissão vai investigar a condução do enfrentamento da pandemia pelo governo federal. O presidente da República e outras autoridades deverão ser cobrados por não terem aceitado a oferta feita pelo laboratório americano Pfizer em setembro do ano passado para o fornecimento de 70 milhões de doses do imunizante. O presidente da República será ainda cobrado pelos senadores sobre o incentivo do uso da cloroquina (medicamento sem comprovação científica) e sobre a aposta em uma imunização de rebanho da população brasileira em vez de incentivar o uso de máscaras e o distanciamento social no primeiro ano da pandemia.

Mais uma revisão no cronograma de vacinação em massa da população significa alto custo em termos de vidas que serão perdidas, pessoas que viverão sequelas da doença e o preço financeiro da demora para chamada "volta à normalidade", com o fechamento de micros e pequenas empresas e limitação do crescimento econômico.

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