A vida dos jovens e adolescentes nestes tempos de pandemia envolve uma mistura de sentimentos. A adaptação à nova rotina não é fácil para quem está na fase justamente de sair com amigos e descobrir-se conhecendo novas pessoas. Entre os jovens, há quem reconheça a importância do autocuidado e do cuidado ao próximo e vem seguindo as orientações das autoridades sanitárias. Mas há também quem se arrisca nas ruas aglomeradas em frente ao bares ou em baladas clandestinas e festas caseiras.

Inibir esse comportamento que gera aglomeração de jovens é, talvez, um dos principais desafios da fiscalização por parte de órgãos de segurança dos municípios. Na última sexta-feira (23), a reportagem da FOLHA flagrou jovens sem máscaras se aglomerando em frente a bares da Rua Paranaguá, na área central de Londrina.

O flagrante aconteceu poucas horas depois que a prefeitura de Londrina havia divulgado o boletim em que foram registradas 16 mortes por Covid-19 na sexta-feira (23), igualando o recorde do dia 7 de abril. Na mesma hora, 142 pessoas estavam internadas na UTI e 121 na enfermaria do HU (Hospital Universitário), sem contar a fila de espera de 52 pacientes aguardando uma vaga na UTI voltada ao público adulto.

E essas aglomerações não ocorreram isoladamente. Elas estavam espalhadas por bares em outros espaços da cidade. Na rua Paranaguá, a aglomeração ocorreu mesmo após o horário de fechamento dos estabelecimentos determinado por decreto municipal (23 horas).

Polícia Militar e Guarda Municipal dão batidas nas ruas e a fiscalização vem recebendo dezenas de denúncias de situações de aglomeração. Enquanto isso, os hospitais constatam um aumento crescente na contaminação de adultos jovens.

Em uma cidade do tamanho de Londrina não é possível fazer uma fiscalização ampla, por isso mesmo é necessário priorizar os pontos conhecidos de encontro de jovens, como a rua Paranaguá e suas imediações, além de parques e pontos de festas clandestinas.

Punir os responsáveis é extremamente necessário, seja com multas ou serviço prestado à comunidade. Intensificar a fiscalização é, hoje, uma importante arma para combater essa situação. E como a conscientização individual dos jovens está em baixa, assim como o comprometimento deles com a própria vida e o bem-estar de seus familiares, é essencial que municípios, estados e o Ministério da Saúde assumam campanhas de esclarecimento à população sobre as medidas para se evitar o contágio da Covid-19. É preciso informar e conscientizar!

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