Imagem ilustrativa da imagem EDITORIAL - O time da cidade
| Foto: Ricardo Chicarelli/Londrina EC

Londrina amanheceu nesta quinta-feira em gostoso clima de vitória. Ainda que o Campeonato Paranaense tenha sido relegado a segundo plano pelo próprio clube por conta da dramática situação na Série B do Campeonato Brasileiro, a conquista do quinto título estadual do Londrina Esporte Clube na tarde de quarta-feira (13) em Cascavel não deixa de ser um alento aos seus torcedores e, por extensão, a todos os londrinenses.

Mesmo os que ainda não têm no Tubarão o time de preferência - herança da histórica influência provocada pela acelerada migração paulista no início da formação da cidade – certamente não ficam indiferentes a uma façanha alviceleste. Sobretudo porque a agremiação representa a memória esportiva e cultural de toda a cidade.

Em uma sentença judicial que entrou para a história e representou quase que uma refundação do clube, o juiz trabalhista Reginaldo Melhado expressou bem essa condição. Ao determinar a destituição de toda a então diretoria executiva do LEC e ordenar uma intervenção judicial na agremiação, no ano de 2009, por conta de diversas ilegalidades trabalhistas que o tornaram administrativa e financeiramente inviável e insolúvel, o magistrado argumentou que o Londrina é patrimônio cultural da cidade e como tal deveria ser tratado e preservado.

Fiel aos seus princípios de encarar Londrina e região como uma causa, a FOLHA compreende a relevância do time da cidade. Tanto assim que acompanhou e noticiou todas as campanhas vitoriosas do LEC, desde o primeiro título estadual, em 1962, e depois os outros quatro subsequentes (1981, 1992, 2014 e o de agora), à inesquecível trajetória no Campeonato Brasileiro de 1977 e ao título da Taça de Prata de 1980, para citar as principais.

Assim como a cinquentenária Universidade Estadual de Londrina, referência nacional na produção de pesquisa científica e formação acadêmica, o Teatro Ouro Verde e demais prédios de arquitetura de valor inestimável, como os dos museus Histórico e de Arte e da Secretaria Municipal de Cultura, o Londrina é de fato um de nossos patrimônios culturais.

E nesse sentido, se faz necessária uma relação de pertencimento do clube pela cidade. O Londrina não é de um nem de outro, é da coletividade. É claro que o mercado do futebol obriga que os clubes estejam preparados para uma intensa profissionalização que exige investimentos e receitas compatíveis ao grau de competitividade e ao lugar de importância que se disponham a ocupar.

Mas nada disso vale se a paixão do torcedor, que afinal de contas é o principal combustível que move essa engrenagem, não for alimentada. A gestão de futebol do Londrina mudou nos últimos dez anos, em uma relação de mão dupla com a cidade que trouxe visibilidade e receitas para um e conquistas para outro. Todos continuarão ganhando quando houver um entendimento de que a causa maior deve ser sempre pelo bem de um de nossos patrimônios.

A FOLHA parabeniza o Londrina Esporte Clube pelo quinto título estadual