Estamos chegando ao fim do segundo ano desde a decretação da pandemia de Covid-19. Desde o final de novembro, com a descoberta da nova variante do coronavírus, a ômicron, municípios e estados vêm debatendo a realização ou não das festas de Réveillon e Carnaval 2022. O receio de que as comemorações de fim de ano possam provocar uma nova onda da doença no Brasil é muito grande.

Imagem ilustrativa da imagem EDITORIAL - O temor de nova onda de Covid cancela o Carnaval
| Foto: Roberto Custódio/23-2-2020

Epidemiologistas alertam que, infelizmente, do ponto de vista sanitário, o risco é grande. Aqueles que são favoráveis à realização do Carnaval no ano que vem justificam com a alta taxa de vacinação entre os brasileiros e com o fato de que os desfiles de escolas de samba e de blocos acontecem em ambiente aberto.

Mas o Sars-CoV2 é transmitido principalmente por via respiratória e em uma aglomeração tão grande não é possível manter um distanciamento seguro. Principalmente porque no Carnaval a descontração é grande, com as pessoas cantando e se abraçando.

Londrina anunciou nesta quarta-feira (8) que os festejos do Carnaval de 2022 foram cancelados devido à pandemia. A decisão foi tomada pela prefeitura em ação conjunta com representantes das secretarias municipais de Saúde e Cultura.

Trata-se de uma medida de cautela. Por isso, a prefeitura frisou que o cancelamento pode ser revertido caso a cidade apresente um novo cenário até o mês de fevereiro do próximo ano, quando quase toda a população local já deve ter completado o ciclo vacinal.

“A orientação é que a gente cancele o Carnaval, como Recife, Salvador, Belo Horizonte e São Paulo, e várias outras cidades que também cancelaram. Esse é um momento que precisamos estar em alerta, inclusive em relação a esse final de ano, evitando aglomerações, estimulando as pessoas a utilizar máscara e álcool e distanciamento para evitar propagação do vírus nesse momento em que parece que existem muitas possibilidades de ter um retrocesso”, destacou o secretário municipal de Cultura, Bernardo Pellegrini. A intenção da prefeitura era realizar a folia com blocos para que as pessoas pudessem "brincar" à noite e as crianças com matinê no período da tarde.

No entanto, cancelar o Réveillon e o Carnaval não é unanimidade no Estado. Tibagi, nos Campos Gerais, está preparando para o dia 31 de dezembro um show de uma banda local na praça da cidade. O uso de máscara será obrigatório. A realização do Carnaval ainda está sendo avaliada pelo executivo municipal. As cidades litorâneas Guaratuba e Matinhos confirmaram o Carnaval para o próximo ano, enquanto Cornélio Procópio, Foz do Iguaçu, Antonina e Paranaguá cancelaram a festa.

Os números da pandemia em queda confirmam que a vacina funciona, sim. Tanto que podemos ver a diferença dos índices de contágio do Brasil em comparação com países que até começaram o processo de imunização antes, mas não conseguem convencer boa parte de seus cidadãos a tomar a vacina.

Mesmo assim, liberar geral no Carnaval é uma decisão perigosa. A vacina é eficaz. Mas o risco de contágio em aglomerações de rua precisa ser considerada.

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