Imagem ilustrativa da imagem EDITORIAL -  O risco da Covid-19 em crianças
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A procura pela vacina pediátrica contra a Covid-19 em Londrina tem sido menor do que o esperado pelas autoridades sanitárias. A estimativa da secretaria municipal de Saúde é de que Londrina tenha aproximadamente 40 mil crianças entre 5 a 11 anos, mas até o dia 19 de janeiro, apenas 16 mil cadastros haviam sido realizados no site da prefeitura.

A esperança é que esse cenário de baixa adesão mude a partir do momento em que uma nova remessa de vacinas contra o Sars-CoV-2 para crianças e adolescentes enviadas ao Paraná na terça-feira (25), incluindo doses da CoronaVac, a imunização infantil avance nos próximos dias. Em Londrina, o agendamento para crianças a partir de 8 anos, sem comorbidades já está disponível no site da prefeitura.

Porém, não adianta aumentar o estoque de doses se pais e responsáveis não se mobilizarem para cadastrar os filhos e levá-los aos postos de vacinação. É aí que se faz necessária uma boa campanha informativa e de conscientização sobre a importância da imunização e a segurança das vacinas que estão sendo aplicadas.

A Folha de Londrina traz nesta quinta-feira (27) reportagem mostrando que há motivos de preocupação em relação à Covid na infância. Quatro em cada dez crianças e adolescentes avaliados em estudo do Instituto da Criança do Hospital das Clínicas de São Paulo continuam sofrendo efeitos prolongados da doença nas 12 semanas seguintes à infecção. É mais um indicativo da necessidade da vacinação desse grupo como medida de prevenção. Entre os mais sérios efeitos da Covid longa estão a miocardite (inflamação do músculo cardíaco) e a diabetes.

No Hospital Pequeno Príncipe, de Curitiba, a maior instituição pediátrica do país que atende SUS, foi criado um ambulatório cardiológico para acompanhar os casos de miocardite após a fase aguda da Covid. O médico Victor Horácio de Souza Costa, infectologista pediátrico do Pequeno Príncipe, disse à reportagem que as consequências da Covid longa em crianças também estão sendo percebidas em forma de crises de enxaqueca, neuropatia periférica, depressão e ansiedade.

Outro fator que mostra a necessidade de vacinar o maior número possível de pessoas é o aumento da ocupação de leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) com pacientes graves de Covid-19. Dezoito Estados e o Distrito Federal vivem essa situação que já se mostrou dramática em pelo menos oito unidades da federação com 80% ou mais das vagas públicas de UTI para Covid-19 em uso. Há uma semana, eram apenas quatro estados nesse mesmo patamar. Estão em situação mais crítica: Distrito Federal, Rondônia, Rio Grande do Norte, Mato Grosso, Goiás, Espírito Santo, Piauí e Pernambuco.

Com o avanço da variante ômicron, o Brasil está vivenciando recordes sucessivos na taxa de transmissão da Covid-19. Isso porque a velocidade de transmissão da ômicron não tem precedentes, observam as autoridades médicas de todo o mundo. Por isso, não é hora de relaxar nas medidas de restrição e nem deixar de vacinar-se.

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