A multiplicação de casos de Covid-19 em faixas etárias mais jovens é uma realidade, hoje, no Brasil , principalmente após o avanço da vacinação de idosos e a orientação para que eles continuem em casa, mesmo após receberem as duas doses dos imunizantes.

A mudança do perfil dos pacientes internados com Covid-19 foi tratado pela Folha de Londrina em reportagem publicada nesta sexta-feira (16) que trouxe um apelo da diretora clínica do HU (Hospital Universitário), Luiza Kazuko Moriya, para que população mais jovem e, especialmente, às grávidas, não descuidem da prevenção.

Preocupa muito o sistema de saúde o número alto de gestantes contaminadas que chegam às portas dos hospitais, elevando também a incidência de partos prematuros. São duas vidas em jogo, a da mãe e a do bebê.

Mesmo sem apresentar doenças pré-existentes, quando grávidas essas mulheres entram para o grupo de risco em razão da queda natural da imunidade e de outras situações que acometem as gestantes e que funcionam como comorbidades, como hipertensão arterial.

“Tem grávidas indo ao supermercado, em shopping, para comprar o enxoval do bebê. A população não está se dando conta de que tem que se cuidar. Ainda não acabou a pandemia e a mãe tem responsabilidade sobre a vida do bebê", desabafou a médica do HU.

A preocupação com a contaminação de grávidas pelo novo coronavírus mobilizou o Ministério da Saúde nesta sexta-feira (15). Tanto que o secretário de Atenção Primária à Saúde da pasta, Raphael Câmara, chamou uma coletiva e aconselhou as mulheres, quando possível, postergarem a gestação no período de pico pandêmico da Covid-19. O mesmo alerta foi feito pelo ministério há alguns anos, no período da epidemia da zika no Brasil.

A percepção do Ministério da Saúde é que as variantes do coronavírus no Brasil têm se mostrado mais agressivas em grávidas. No encontro com jornalistas, Câmara anunciou a destinação de R$ 247 milhões para apoiar estados e municípios para implementação de medidas para apoiar gestantes, como hospedagem para aquelas que não possuem condições de isolamento domiciliar.

Ainda segundo o ministério, o número de mortes maternas por Covid-19 mais do que dobrou nas 13 primeiras semanas de 2021 em relação à média semanal do ano passado. Passou de 10,4 óbitos (449 mortes em 43 semanas de pandemia de 2020) para 22,2 nas primeiras semanas deste ano, com 289 mortes.

Desde que surgiu há pouco mais de um ano, a Covid-19 tem surpreendido o mundo. O que sabíamos sobre o vírus em março do ano passado já foi revisado várias vezes. A longo prazo ainda iremos aprender sobre as consequências dessa doença. Na dúvida, a melhor coisa é fazer o que se sabe que dá certo: isolamento social.

A FOLHA pede que seus leitores se cuidem e mantenham as medidas de prevenção contra o coronavírus!