“A imprensa é a vista da nação. Sem a vista, mal se vive”. A frase do jurista e jornalista Rui Barbosa, um dos maiores brasileiros de todos os tempos (1849-1923), sintetiza o papel do jornalismo em qualquer nação que preza pela liberdade de seu povo. A verdadeira liberdade, amparada nos preceitos constitucionais, e não o falso conceito tão disseminado atualmente por quem confunde o direito de se expressar com libertinagem a fim de usar as redes sociais para desconstruir narrativas, distorcer fatos e atacar o jornalismo comprometido com a lisura da informação. Virou prática comum a políticos que não suportam prestar contas à sociedade e ver suas práticas ilícitas sendo reveladas com isenção e presteza.

A FOLHA, que desde 1948 é referência na prática do jornalismo a serviço da população londrinense e do Estado, e dois de seus valorosos jornalistas – Guilherme Marconi e Rafael Machado –, vêm sofrendo ataques rasteiros proferidos por um político que teve recentemente o diploma de deputado federal cassado pela Justiça Eleitoral. O mesmo parlamentar que é alvo de processos na Comissão de Ética da Câmara Federal por quebra de decoro e que perdeu seu mandato como vereador na cidade em 2017 por igualmente infringir em práticas condenáveis no exercício de um cargo eletivo.

O jornal e os jornalistas citados passaram a ser vítimas de campanhas difamatórias por parte desse cidadão e seus correligionários no universo paralelo das redes sociais e alvos de processos judiciais porque ousaram revelar ilicitudes cometidas por ele e os demais membros da família que também se elegeram – legitimamente, registre-se - pelo voto popular: a esposa, vereadora em Londrina, e o filho, deputado estadual.

A FOLHA não fez juízo de valor ao revelar com absoluta exclusividade as suspeitas da prática de “rachadinha” nos gabinetes da família e de desvios na entrega de kits esportivos a escolas estaduais de Londrina. A FOLHA fez jornalismo. As denúncias foram apuradas pelo Ministério Público do Estado, que as transformou em ações penais. A Justiça as acatou e determinou a quebra dos sigilos bancário e fiscal do parlamentar, seu filho e sua esposa.

Nos materiais que produziu, publicou e compartilhou nas redes sociais difamando a FOLHA e os jornalistas responsáveis pelas reportagens, o ex-deputado recorre a práticas que têm se tornado corriqueiras em sua trajetória política: desconstrói e distorce os fatos e desfere uma infinidade de ofensas aos que considera inimigos. Ao alegar estar sendo vítima de perseguição por parte do jornal, ele confere a si mesmo uma importância que não tem.

A FOLHA não escolhe alvos em suas reportagens, sobretudo em assuntos que envolvem a fiscalização do poder público, mas se dedica aos fatos. E quando entende, com base em conceitos básicos do bom jornalismo, como intensa apuração, incansável checagem da informação e respeito ao amplo espaço do contraditório, que a notícia é de interesse público, publica-a.

É claro que como toda atividade humana, o jornalismo também está sujeito a erros. E a FOLHA tenta, primeiro, evitá-los, e depois, repará-los. Não é o caso das reportagens publicadas sobre a família do político no exercício de cargos públicos, tanto é assim que motivaram a atuação do Poder Judiciário.

Em tempos de ataques às instituições democráticas e tentativas recorrentes de desacreditar o trabalho dos veículos de comunicação comprometidos com a lisura dos fatos, a FOLHA manterá o compromisso de continuar sendo a vista de seu público, como pregou Rui Barbosa sobre a missão da imprensa, sem se deixar intimidar por aqueles que insistem em jogar fora das regras. Tem sido assim há 73 anos.

Imagem de campanha pela liberdade de imprensa promovida pela Folha de Londrina em 2019
Imagem de campanha pela liberdade de imprensa promovida pela Folha de Londrina em 2019 | Foto: Reprodução

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