É nesse período de preparação da declaração do Imposto de Renda, naquela correria de encontrar documentos, recibos de pagamento e comprovantes de rendimentos que o brasileiro acaba refletindo sobre o dinheiro que sai do seu bolso e entra nos cofres públicos para - na teoria - ser usado para fazer o país andar e garantir os serviços essenciais ao cidadão. Afinal, é para isso que os tributos deveriam servir: melhorar a vida da população. Mas, na prática, é isso que acontece?

O prazo para entregar a declaração do Imposto de Renda da Pessoa Física está chegando ao final. O brasileiro tem até às 23h59 do dia 31 de maio para quitar suas contas com o "leão". Quem não entregar a declaração terá de pagar multa, cujo valor mínimo será de R$ 165 ou o equivalente a 20% do imposto devido, além de ter o CPF suspenso.

Em reportagem deste fim de semana da Folha de Londrina você verá que até agora, das 131 mil declarações aguardadas em Londrina, foram entregues 89.625, o que equivale a 68,42% do total. Na jurisdição da Delegacia de Londrina (Norte Pioneiro até Apucarana), das 307 mil declarações esperadas, foram entregues 214.169 (69,76%). No Paraná, de 2,2 milhões de declarações previstas pela Receita Federal, foram entregues 1.542.135 (70,1%).

A média paranaense está acima da média nacional. No Brasil, das 34,168 milhões de declarações do IRPF foram entregues 23.216.964 (67,95%). Em entrevista ao jornal, o delegado da Receita Federal em Londrina, Reginaldo César Cardoso, informou que esses números estão dentro do esperado e que os sistemas da Receita Federal estão preparados para receber um grande volume de declarações nos últimos dias. Vale aqui a constatação de que brasileiro deixa mesmo "tudo" para a última hora e, neste ano, com o Imposto de Renda, não deve ser diferente - apesar de todo os apelos para evitar atropelos do último dia.

Pagar imposto é algo mais antigo do que imaginamos. Peças de barro de 4000 a.C. encontradas na Mesopotâmia faz referência a impostos. Como naquela época e no decorrer da história, o dinheiro que sai do bolso do povo não significa que o rei ou os governos entregam serviço de qualidade para o contribuinte. Ainda mais para o brasileiro, que vive em um dos países que mais cobra imposto no mundo.

Certamente, se o contribuinte que hoje está acessando o programa do IRPF da Receita Federal recebesse em troca dos tributos pelo menos educação, segurança e saúde de qualidade, fazer a declaração do imposto de renda não seria considerado um revés.

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