EDITORIAL - O desafio urbano do Paraná
Estudo do Ipardes aponta que o grau de urbanização deve passar dos atuais 89,7% para 94% até 2050
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quinta-feira, 05 de junho de 2025
Estudo do Ipardes aponta que o grau de urbanização deve passar dos atuais 89,7% para 94% até 2050
Folha de Londrina
As projeções populacionais divulgadas pelo Ipardes (Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social) na última segunda-feira (2) apontam para um retrato nítido do caminho que o Paraná seguirá nos próximos 25 anos: um Estado cada vez mais urbano.
Segundo o estudo, o grau de urbanização deve passar dos atuais 89,7% para 94% até 2050, enquanto a população rural encolherá de 11,1% para apenas 6%. A informação consta na Projeção Populacional Urbana e Rural dos Municípios Paranaenses no Período de 2025 a 2050, apresentada pelo secretário estadual do Planejamento, Ulisses Maia, e pelo diretor-presidente do Ipardes, Jorge Callado.
Enquanto os centros urbanos devem ganhar 986.284 pessoas a mais nas próximas duas décadas e meia – crescendo de 10.672.024 habitantes, em 2025, para 11.658.308, em 2050 – a população vivendo nas áreas rurais deve cair de 1.218.556 pessoas, em 2025, para 745.523 em 2050 – 473.033 a menos. No ano passado, o Ipardes projetou que a população do Paraná em 2050 deve chegar a 12,4 milhões de pessoas.
O caminho que o Paraná está traçando para a urbanização não é surpresa. Esse processo é uma tendência no Brasil e no mundo em consequência de fatores como o crescimento econômico, a oferta de serviços e oportunidades de trabalho nos centros urbanos, além de políticas públicas voltadas ao desenvolvimento das cidades.
Uma prova de rapidez do avanço da expansão urbana é o dado de que em 1980, o grau de urbanização era de 58,6%, e desde então não parou de crescer. Essas mudanças exigem mais do que uma constatação. Como destacou o secretário estadual do Planejamento, Ulisses Maia, é necessário um plano estratégico robusto.
O crescimento das cidades precisa ser acompanhado de investimentos em infraestrutura, habitação, saneamento, mobilidade e serviços públicos. Ignorar essa necessidade pode levar a um cenário de adensamento urbano desordenado, agravando desigualdades sociais e ambientais.
Ao mesmo tempo, não se pode abandonar o meio rural que, mesmo em retração populacional, essas áreas ainda têm papel vital na economia do Paraná. A permanência de 13 municípios com mais da metade da população em áreas rurais e o crescimento rural em 17 localidades mostram que há diversidade nos padrões demográficos que não devem ser descuidados.
É muito importante lembrar que planejar cidades mais inclusivas, resilientes e equilibradas é uma tarefa coletiva, que envolve governos, iniciativa privada e sociedade civil.
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