R$ 110 bilhões. Esse é o montante que as relações comerciais entre Brasil e EUA representam em estoque mútuo de investimentos, além de cerca de US$ 80 bilhões em trocas anuais de bens e serviços. Há, ainda, um número elevado de empresas brasileiras nos EUA e norte-americanas no Brasil, conforme enumerou o vice-presidente executivo da Amcham Brasil, câmara norte-americana de comércio, em entrevista à FOLHA, publicada neste fim de semana (19 e 20).

Para o presidente da Amcham, o sucesso da relação comercial dependerá da capacidade dos governos Joe Biden e Jair Bolsonaro construírem um relacionamento pragmático e buscar resultados positivos para ambos os países.

O presidente Jair Bolsonaro foi um dos últimos chefes de Estado a cumprimentar Biden. Na última terça-feira (15), o presidente do Brasil emitiu mensagem oficial saudando o democrata e afirmando ter “esperança de que os EUA sigam sendo 'a terra dos livres e o lar dos corajosos'”, citando trecho do hino nacional dos americanos.

Apesar do comunicado oficial, ainda parece que Bolsonaro vive o dilema de ou manter-se fiel ao presidente derrotado Donald Trump ou partir para o pragmatismo diplomático. Esse último caminho, o melhor para o país, sem dúvida alguma.

Na prática, a aproximação política entre Bolsonaro e Trump não rendeu muito resultados positivos concretos para o Brasil, embora Abrão Neto lembre alguns avanços, entre eles a conclusão do Acordo de Salvaguardas Tecnológicas, que permite ao Brasil explorar, a partir do Centro de Alcântara, no Maranhão, o lançamento comercial de satélites, que representa um mercado mundial de US$ 5 bilhões por ano.

No Paraná, as exportações para os EUA chegaram a US$ 830 milhões em 2020, o equivalente a 6% de tudo o que o Brasil exporta para o País. Entre os principais bens exportados estão produtos da indústria de madeira, alimentos, cerâmica, máquinas e equipamentos e móveis.

São valores expressivos, resultado de uma parceria comercial que precisa ser manter. A relação entre Brasil e Estados Unidos é de Estado. Ou seja, a "amizade” é com os Estados Unidos e não com Trump.

Obrigado por ler a FOLHA!