A expectativa de lideranças paranaenses sobre a Cúpula de Líderes, evento que vai reunir chefes de estado a partir desta quinta-feira (22) é abordada em reportagem da FOLHA desta edição. A reunião virtual marcada pelo presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, vai tratar de temas ligados ao aquecimento global, assunto bastante caro ao americano.

Os paranaenses ouvidos pela FOLHA acreditam que o presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, será bastante cobrado sobre políticas de controle do desmatamento e das queimadas. Para o professor do Departamento de Economia da UEL (Universidade Estadual de Londrina) e delegado do Corecon-PR (Conselho Regional de Economia do Paraná), Emerson Guzzi Zuan Esteves, caso a comunidade internacional perceba que as questões ambientais avancem no Brasil para uma postura de mais proteção, o país poderá voltar a contar com financiamentos de projetos de preservação que foram retirados da Noruega e também possa receber ajuda financeira dos EUA para a área.

Além disso, o desejo do Brasil de entrar para a OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico), pode ser travada ou apoiada pelo governo dos EUA, dependendo do comprometimento e das ações do governo Bolsonaro para compor uma agenda para conter o desmatamento.

O professor lembrou ainda que a União Europeia e o Reino Unido já estão ensaiando a elaboração de leis para punir empresas que importem produtos ligados ao desmatamento e aplicar punição a bancos que financiem a prática do desmate.

Para o presidente do Sindicato Rural Patronal de Londrina, Edson Dornellas, mesmo que a relação entre Biden e Bolsonaro azede, o agro brasileiro não será prejudicado porque o consumo e o crescimento populacional mantêm aquecida a demanda por commodities agrícolas, pois em um curto espaço de tempo, o Brasil talvez seja o único país que tem terra, clima e tecnologia para suprir a crescente demanda por alimentos.

A Cúpula de Líderes é vista pelos americanos como a oportunidade para que Biden assuma o papel de protagonismo político global em questões climáticas, tema que ele garantiu ser uma prioridade de sua gestão.

E tratando de Brasil, o governo americano vem pressionando para que o Brasil se comprometa com metas claras de combate ao desmatamento e condicionou qualquer repasse significativo de recursos ao país à apresentação de resultados. Ou seja, o Brasil pode esperar ser bastante cobrado e terá que apresentar um planejamento de ações concretas para não cair em descrédito.

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