As eleições e a tensão política que aumentam enquanto avança a campanha eleitoral acabaram por ofuscar, de certa maneira, as comemorações dos 200 anos do Independência do Brasil. Mas não precisa ser assim.

Hoje, quarta-feira, 7 de Setembro, o país recorda o grito de independência às margens do rio Ipiranga, proclamado por Dom Pedro I. Por motivos óbvios, boa parte da população brasileira ficou sabendo do feito mais de um mês depois, em 12 de outubro, dia em que Pedro I se tornou imperador do Brasil e dia do aniversário do monarca. Naquela época, as informações viajam muito mais lentamente.

Além de relembrar o "Grito do Ipiranga", outro protagonista de 7 de Setembro também está comemorando em 2022 um aniversário marcante. O hino nacional, considerado um dos mais belos do mundo, completou ontem (6) 100 anos de sua oficialização. A letra do hino foi escrita em 1909 pelo poeta Osório Duque Estrada.

Em São Paulo, para marcar a data, foi reaberto o Museu do Ipiranga, instituição fundada em 1895, 73 anos depois que D. Pedro I libertou o Brasil de Portugal. Trata-se de um dos mais importantes museus do país, que estava fechado desde 2013 para reforma.

O museu vai exibir em torno de 3.700 itens –entre pinturas, esculturas, fotos, objetos, relíquias arqueológicas– divididas em 11 exposições. Faz parte desse acervo a controvertida pintura de Pedro Américo, "Independência ou Morte".

A data de hoje será marcada pelos tradicionais desfiles cívicos e militares de 7 de Setembro e também por manifestações já anunciadas em muitas cidades, incluindo Londrina. As manifestações pacíficas e organizadas são sempre bem-vindas em um país republicano. Espera-se uma forte presença popular e que ela seja de brasileiros comuns e suas famílias.

Mas é preciso lembrar que no 7 de Setembro, o aniversário é da Independência do Brasil. São 200 anos e a data pede uma reflexão do povo brasileiro enquanto país, uma avaliação sobre a nossa trajetória nesses dois séculos desde que nos separamos de Portugal. Quanto progredimos e quanto deixamos para trás na formação dessa grande nação independente?

A Folha deseja um feliz e pacífico feriado da Independência.