O ano começou com uma má notícia para as famílias londrinenses. O preço da cesta básica aumentou em janeiro na comparação com dezembro de 2022. O problema é mais preocupante para as camadas com faixa de renda mais baixa. A inflação dos alimentos corrói principalmente a renda de quem ganha menos.

A batata foi a maior vilã da pesquisa divulgada pela equipe do campus de Londrina do Núcleo de Pesquisas Econômicas Aplicadas da UTFPR (Universidade Tecnológica Federal do Paraná). O custo do produto aumentou 110,5%. Esse saltou contribuiu para que o valor médio da cesta básica para um adulto passasse de R$ 587,34 para R$ 603,78. Para uma família de quatro pessoas, formada por dois adultos e duas crianças, o valor foi de R$ 1.811,34.

O levantamento também destaca a importância da pesquisa de preços em vários supermercados. Tanto que é feita com base nos valores praticados em 11 estabelecimentos de Londrina. Se a compra completa, no entanto, for feita no supermercado com os menores preços, a economia seria de 11,3%, totalizando R$ 535,66. Mas sem pesquisa, o consumidor corre o risco de comprar todos os itens no lugar mais caro. Nesse caso, o preço da cesta subiria para R$ 677,53 – 12,2% acima da média.

Claro que o ideal, de acordo com o estudo, seria comprar o item mais barato da pesquisa em cada supermercado indicado. Na prática, poucos têm tempo para ir de um lugar a outro para buscar cada produto da lista. E também é necessário se levar em conta o custo com transporte para se deslocar de um mercado para outro. A economia, nesse caso, pode escoar pelo ralo se não for bem calculada.

Outro indicador relevante levantado pelo NuPEA é o número de horas que o trabalhador com jornada de 220 horas mensais deve cumprir para poder comprar a cesta básica para uma pessoa. Considerando o salário mínimo do Paraná, fixado em R$ 1.804,30, seriam necessárias, em janeiro, 73,6 horas. Do total da jornada, 33,5% seriam destinados à compra de alimentos essenciais.

Quando se considera o salário mínimo brasileiro, de 1.302,00, o tempo aumenta. Nessa condição, o trabalhador teria que cumprir quase a metade de sua jornada (46,4%) apenas para conseguir arcar com os custos da alimentação básica.

Obrigado por ler a FOLHA!