De janeiro a agosto deste ano, os organismos de segurança paranaenses apreenderam 326 toneladas de drogas, o equivalente a 36,5% de tudo o que foi confiscado pelas forças policiais em todo o território nacional neste ano. A notícia publicada nesta edição da FOLHA mostra que o trabalho de combate por meio das fiscalizações e trabalho de investigação policial são fundamentais para coibir grupos criminosos que atuam no narcotráfico.

A segurança pública é, sem dúvida, essencial para garantir a estabilidade e a ordem em uma sociedade. A eficácia na repressão de atividades ilícitas, como o tráfico de drogas, desempenha um papel central na promoção da segurança, como evidenciado pelos dados do Paraná. Essa abordagem repressiva impede que grandes volumes de entorpecentes cheguem às ruas, enfraquecendo o poder financeiro de organizações criminosas.

Historicamente, a porosidade das fronteiras brasileiras é um dos grandes desafios para evitar que drogas e armas se espalhem pelo território nacional. Cobrir a vastidão dos 6.885,7 km de fronteiras terrestres com 10 países da América do Sul, totalizando a terceira maior fronteira terrestre do mundo, é um eterno desafio. Programas militares voltados a blindar as regiões fronteiriças por meio da tecnologia sofrem com recursos a conta gotas e se arrastam de forma lenta ao longo da última década.

É importante lembrar, porém, que o sucesso de uma política de segurança pública não pode se limitar à repressão. O combate ao crime organizado exige uma atuação integrada que vá além da força policial, abordando as causas subjacentes que alimentam a criminalidade, como a desigualdade social e a falta de oportunidades.

Iniciativas que privilegiem a prevenção do uso de drogas entre jovens por meio de ações educacionais e o fortalecimento de vínculos comunitários, são exemplos de como políticas complementares podem fortalecer a resiliência das comunidades mais vulneráveis.

Ações repressivas são fundamentais, mas elas precisam ser acompanhadas de estratégias preventivas que tratem as raízes do problema. A combinação de ambos os enfoques — repressão ao tráfico e promoção de educação e saúde pública — é o caminho mais eficaz para uma política pública que não só enfrente o crime organizado, mas também promova um ambiente social menos propenso à criminalidade.

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