Nos primeiros meses da pandemia do novo coronavírus, uma notícia chamou a atenção do mundo todo. O norte-americano Michael Flor, de 70 anos, recém curado da Covid-19, recebeu a conta de um hospital de Seattle referente aos 62 dias de internação: US$ 1,1 milhão.

Imagem ilustrativa da imagem EDITORIAL - O alto custo do tratamento da Covid-19

Ele esteve à beira da morte. Por sorte, o homem tinha seguros de saúde e não precisou pagar toda a conta.

Histórias como a de Flor têm se repetido desde 2020 e, infelizmente, nem todos os pacientes tinham plano de saúde e os curados ou familiares de pessoas que não conseguiram sobreviver à doença se viram com dívidas astronômicas com os hospitais.

No Brasil, mesmo com o SUS (Sistema Único de Saúde), não é diferente. Em estados que tiveram escassez de leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) em instituições de saúde pública, famílias internaram os seus entes queridos no serviço particular na tentativa de que as vítimas da Covid-19 recebessem o atendimento necessário rapidamente.

O desespero entre salvar a vida do pai, marido, filho ou filha é maior que a preocupação com os gastos. Só que um dia a conta chega. E ao final da internação, além de enfrentar as sequelas da doença, é preciso encarar as dívidas.

A Folha de Londrina mostrou histórias de paranaenses que fazem campanhas nas redes sociais com o objetivo de arrecadar recursos para pagamento de tratamento e medicamentos. A inflação alta e a crise econômica ajudam a agravar a situação.

O jornal contou o caso de um corretor de imóveis de Ponta Grossa que tenta juntar R$ 350 mil para pagar os custos do tratamento após quase dois meses no hospital. Os maiores custos do tratamento da Covid-19 estão relacionados ao tempo de permanência dos pacientes em UTI, que pode chegar a 30, 60 e até 90 dias.

A Covid-19 é a crise de saúde sem precedentes em nossos tempos e afeta a todos de forma muito dramática. Como a reportagem mostrou, mesmo muitos que tiveram acesso aos serviços agora se encontram frente à ruína financeira.

Mas é preciso lembrar que os mais vulneráveis foram e ainda são os que mais sofrem com as consequências da Covid-19. Daí a importância dos programas de fortalecimento à saúde da população e de enfrentamento econômico, passando pela distribuição de vacinas para os países mais pobres, que não têm acesso a compra do imunizante.

As dificuldades econômicas para arcar com o tratamento da Covid-19 são uma das consequência que a crise do coronavírus está impondo a famílias espalhadas pelo mundo. Por isso, é importante aprender com ela, principalmente sobre como prevenir, detectar e enfrentar surtos ou novas pandemias de doenças.

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