A queda no número de passageiros no sistema de transportes públicos no país por conta da pandemia da Covid-19 tem causado crises na prestação desse serviço em vários pontos do país. Greves dos funcionários do setor são uma das consequências e encontram no usuário o grande prejudicado.

Londrina tem uma nova paralisação dos trabalhadores do transporte público marcada para a próxima semana, mais provável na terça-feira (8). A decisão foi tomada em assembleia da categoria nesta quarta-feira (2).

Por 534 votos a favor e apenas 22 contra, os funcionários do transporte coletivo decidiram pela paralisação do serviço. O sindicato dos trabalhadores deve notificar a prefeitura, a TCGL (Transportes Coletivo Grande Londrina) e a Londrisul nas próximas horas.

Durante a semana, foram várias rodadas de negociação entre todos os envolvidos. Porém, ninguém chegou a um acordo satisfatório. As empresas alegam dificuldades financeiras e sugeriram a retirada do PPR (Programa de Participação de Resultados), o que foi classificado pelo sindicato dos trabalhadores como um "retrocesso".

Caso venha a acontecer, essa será a segunda paralisação em pouco mais de um mês no transporte coletivo de Londrina. No final de abril, os funcionários cruzaram os braços por cinco dias por atraso no pagamento dos salários de março.

Desde que a pandemia desembarcou no Brasil, em março do ano passado, impondo medidas de restrição, desemprego e o teletrabalho foi adotado por uma parcela grande de empresas, caiu o número de usuários do transporte público, acirrando a crise em um setor que já sofria com a migração de passageiros para o serviço de transporte privado por aplicativo, maior adesão ao uso de bicicletas, motocicletas e pelas frequentes queixas dos passageiros em relação ao serviço prestado.

Diante da incerteza de quando a pandemia vai terminar no Brasil e dos novos hábitos que permanecerão mesmo após a imunização da maior parte dos brasileiros, é preciso se preparar para as mudanças que ainda virão.

A paralisação do setor traz confusão e desordem. Sem transporte, não há como chegar ao trabalho ou à escola e o que se vê são serviços prejudicados, aumento de veículos nas ruas, queda no faturamento de empresas, arrecadação de impostos, mobilidade prejudicada.

O transporte público é vital para a economia, qualidade de vida e justiça social. Que as negociações avancem e o serviço não seja interrompido.

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