Desde que os primeiros casos de varíola dos macacos, ou Monkeypox, foram se multiplicando nos países não endêmicos para a doença, a OMS (Organização Mundial de Saúde) vem alertando que não havia motivo de pânico, mas que era necessário que países europeus e do continente americano se mobilizassem para agir rapidamente adotando protocolos de detecção de pessoas contaminadas com o vírus transmissor, isolamento do paciente e adoção de medidas de prevenção, além de levar à população informação sobre a doença.

No Brasil, até o momento, foram diagnosticados 2.893 casos de varíola dos macacos e outros 3.554 estão sob suspeitas. Um paciente morreu. No mundo, a doença atinge 92 países, com 35.621 confirmações e 13 óbitos, distribuídos em oito países. O país com o maior número de casos da doença é os Estados Unidos (11,1 mil), seguido da Espanha (5,7 mil), Alemanha (3,1 mil) e Reino Unido (3 mil). O Brasil é o quinto colocado no ranking de pessoas infectadas.

Em Londrina, a Secretaria Municipal de Saúde confirmou, nesta terça-feira (16), os primeiros três casos de varíola dos macacos diagnosticado no município. O primeiro paciente confirmado com a doença, no período da manhã, é um homem de 31 anos que procurou atendimento em uma unidade básica de saúde com lesões na pele características da doença. No final da tarde, mais dois casos foram confirmados. Um dos pacientes que recebeu o diagnóstico positivo é do sexo masculino e tem 27 anos de idade, e a outra pessoa é uma mulher de 41 anos. Todos estão em isolamento domiciliar e vêm sendo monitorados pelas equipes de profissionais de saúde.

Neste momento, Londrina contabiliza 18 casos investigados, com três confirmações, um caso inconclusivo e um descartado. No Paraná, segundo o último boletim da Sesa (Secretaria de Estado da Saúde), divulgado no dia 10 de agosto, havia 52 confirmações da doença, sendo 49 em Curitiba, um em Maringá, um em Araucária e um em Cascavel. A maioria dos casos é considerada leve, sem necessidade de internamento.

A boa notícia é que na segunda-feira (15), a Opas (Organização Pan-Americana de Saúde) no Brasil anunciou o término da fase de tratativas com o laboratório produtor da vacina contra a varíola dos macacos e a entidade espera para esta semana ainda um posicionamento sobre o calendário de entrega das doses. Uma parte delas deve chegar em breve.

A decisão do Ministério da Saúde do Brasil de não declarar Emergência em Saúde Pública de Importância Nacional (Espin) para a varíola dos macacos vem gerando questionamentos. Na semana passada, o Conass (Conselho Nacional de Secretários de Saúde) enviou um ofício ao titular da pasta, Marcelo Queiroga, propondo que a Monkeypox, fosse reconhecida como Espin.

A preocupação dos secretários é legítima, dado ao aumento exponencial dos casos no Brasil. O documento encaminhado ao ministro, o conselho observou que o número de infectados subiu de 813, no dia 25 de julho, para 2.293 em oito de agosto. Um aumento de 182% em duas semanas, sem contar a vítima fatal.

Rapidez e uma organização central contam muito nesse momento em que a o poder público deve colocar a população em alerta - não em pânico -, sabendo como enfrentar esse novo desafio de saúde pública.

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