EDITORIAL - Momento delicado no combate à Covid
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segunda-feira, 31 de maio de 2021
Folha de Londrina
Com 461 mil mortos e a curva de contágio em ascensão, o Brasil vive mais um momento delicado no combate à pandemia da Covid-19. Enquanto alguns alardeiam a possível chegada da terceira onda da doença, outros analisam que sequer superamos a primeira onda, uma vez que, efetivamente, os números de mortos e contaminados nunca chegaram a retroceder a patamares realmente baixos, se é que isso pode ser mensurado.
No entanto, com a chegada da variante indiana, que levou ao caos o sistema de saúde do país asiático, o nível de alerta chega ao mais preocupante desde o início da pandemia, a mais de um ano. A nova cepa da doença vem para se juntar àquela que já enfrentamos aqui, batizada de variante brasileira. A agonia aumenta ao se constatar que pouco mais de 10% da população do País foram vacinados com duas doses dos imunizantes disponíveis.
Enquanto o percentual de imunizados se mantiver em nível incipiente, é consenso entre infectologistas que a única maneira eficaz de se evitar uma tragédia ainda maior é o distanciamento social e medidas de prevenção quando realmente se fizer necessário sair de casa. À medida que o tempo passa, os níveis de isolamento caem, mostram os institutos de pesquisa.
O cenário preocupante levou o governo estadual a publicar novo decreto com medidas mais restritivas. Até o dia 11 de junho, o toque de recolher funciona das 20h às 5h, e as diversas atividades do setor produtivo passam a abrir em horários reduzidos. Em Londrina, o prefeito Marcelo Belinati antecipou sua transmissão pelas redes sociais, de domingo para sábado, para, mais uma vez, cobrar conscientização da população.
Basta acompanhar as notícias de operações da Guarda Municipal para constatar que muitos seguem a minimizar os riscos do novo coronavírus. Com os idosos imunizados, o perfil de pacientes nas UTIS e enfermarias exclusivas para a doença é de jovens, muitos deles sem comorbidades.
Reportagem desta edição da FOLHA mostra que, nos próximos dias, Londrina deve ativar mais 40 leitos exclusivos para Covid, sendo 30 no HZN (Hospital da Zona Norte) e 10 no HZS (Hospital da Zona Sul). Os novos leitos fazem parte do plano de readequação do sistema de Saúde em Londrina, anunciado pelo prefeito durante a transmissão on-line.
O problema é que, sem conscientização, as ações em saúde pública seguem a “enxugar gelo”, uma vez que só os investimentos não resolvem, pois a expansão esbarra também na limitação da quantidade de profissionais de saúde disponíveis.
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