Para que a BR-369 funcione como um corredor industrial entre as regiões de Londrina e Maringá, como pretendem lideranças empresariais e autoridades políticas do Norte do Estado, um dos requisitos foi alcançado nesta semana: a liberação do tráfego na pista principal do viaduto da Bratislava, no município de Cambé.

A cerimônia de inauguração aconteceu na terça-feira (28), com a presença do governador Ratinho Junior. O valor total do investimento foi de R$ 13,5 milhões, mas ainda são necessárias obras complementares para serem concluídas.

Como forma de dar celeridade ao processo, a construção seguiu o RDCI (regime de contratação integrada). O modelo, adotado pela primeira vez no Estado, permitiu ao DER/PR (Departamento de Estradas de Rodagem do Paraná) contratar, com uma única licitação, uma empresa ou consórcio de empresas para elaborar o projeto executivo e imediatamente dar início à execução da obra. Passam pela rodovia 25 mil carros por dia, segundo dados do DER.

O governador Ratinho Junior ressaltou, durante a solenidade, que a liberação do tráfego da pista principal do viaduto é uma solicitação da comunidade. “Na ExpoLondrina, fizemos uma reunião com os prefeitos da região e entre as três principais reivindicações estavam o viaduto da Bratislava, o viaduto da PUC e a duplicação da PR-445. A duplicação da PR-445 já está com o dinheiro garantido e houve a liberação do Iphan para a obra. O viaduto da PUC já tem empresa contratada para o projeto e obra junto", destacou.

A construção do viaduto da Bratislava é uma vitória da comunidade, que mostrou a importância da sociedade se unir em torno de um bem comum, já que nessa conquista houve um trabalho forte da Comissão de Desenvolvimento e Infraestrutura da Região Norte, grupo criado em 2017, com a participação da FOLHA, que tem como objetivo reunir representantes de vários segmentos para discutir, acompanhar, cobrar prazos e acelerar obras e projetos que contribuam com a expansão econômica da região.

Melhorar a logística e a infraestrutura da região é pleito antigo das lideranças do Norte do Paraná. O problema foi debatido pelo Grupo Folha de Londrina, em 2014, durante a segunda edição do EncontrosFolha, que teve como tema "Infraestrutura e Logística: vencendo os gargalos do Norte do Paraná". Na época, a FOLHA mostrou, em reportagem, que o Norte do Paraná havia virado uma ilha. Dos cerca de R$ 23,4 bilhões de investimentos privados que foram feitos no Estado pelo programa Paraná Competitivo, em 2014, apenas R$ 185,7 milhões, ou 0,79%, ficaram na região. O problema não era só a distância entre o Norte e o Porto de Paranaguá. O preço do pedágio e as pistas simples na maioria dos trechos da rodovia já eram empecilhos.

Se a logística era um problema levantado há décadas pelo setor produtivo, após a pandemia, com o aumento do e-commerce, estradas em excelentes condições viraram condição essencial para que as empresas entreguem os produtos comprados de forma online no prazo e nas condições que o consumidor almeja.

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