Na última segunda-feira (30), uma notícia do interior de São Paulo causou preocupação e comoção pelo país. Na madrugada, uma quadrilha fortemente armada aterrorizou a cidade de Araçatuba, em uma ação popularmente conhecida como "novo cangaço".

Os bandidos atacaram duas agências bancárias com explosivos. Em meio a muita confusão e medo, a quadrilha fez moradores de reféns e os utilizou como escudo humano. Atearam fogo em veículos e ainda deixaram dezenas de bombas espalhadas pela cidade. Três pessoas morreram, incluindo um integrante da quadrilha.

Infelizmente, esse tipo de ação criminosa é mais comum do que parece e o Paraná é alvo recorrente das quadrilhas que usam o "novo cangaço" para roubar bancos. Um dia depois do assalto em Araçatuba, na terça-feira (31), oito homens armados com carabina e fuzil assaltaram uma agência bancária em Mariluz, no Noroeste do estado, usando explosivos para abrir caixas eletrônicos. Não houve feridos. Na fuga, a quadrilha espalhou os chamados “miguelitos”, pregos retorcidos usados para furar pneus.

A FOLHA mostrou, em reportagem publicada nesta quarta-feira (1), que nos últimos seis anos foram registradas pelo menos 15 ocorrências do tipo no Paraná. Em geral, os alvos são cidades de pequeno porte porque o efetivo policial é reduzido e não permite uma resposta rápida contra os bandidos.

Embora a estratégia usada pelo "novo cangaço" assuste pela violência, uma mudança implantada pelas agências bancárias há alguns anos ajudou a reduzir as ocorrências. Trata-se de um sistema antifurto instalado em caixas eletrônicos que inutiliza com tintas as notas de dinheiro dos caixas que foram atacados por explosão ou arrombamento.

Falando em prevenção, alguns bancos inovaram justamente em não oferecer cédulas de dinheiro e moedas em agências localizadas em municípios pequenos, que não contam com forte efetivo policial. É o caso de Cafeara, no Norte do Paraná, em que uma cooperativa de crédito implantou uma agência de serviços e transações financeiras totalmente digitais. A adesão da população foi surpreendente. O caixa eletrônico mais próximo fica a 20 quilômetros.

Ajudar a prevenir ações criminosas é um dos objetivos do Banco Central do Brasil em criar o Real digital, uma criptomoeda que funcionaria como uma extensão do dinheiro físico. Os testes devem começar no ano que vem, mas a implantação pode acontecer somente em 2024.

Prevenção, inovação e mudanças de comportamento do consumidor em relação ao meio de pagar o que consome são as formas de combater as quadrilhas de roubo a banco. Esses mega-assaltos, como também são chamados, mostram a capacidade de organização dos criminosos. Do lado da lei, é preciso usar a inteligência.

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