A expansão do ecossistema de inovação de Londrina encontra na falta de mão de obra qualificada um de seus grandes desafios para continuar se desenvolvendo no ritmo frenético que o mercado vem impondo à região. Hoje, a cidade sofre um “apagão” de mão de obra na área de TI (Tecnologia da Informação), como a FOLHA mostra em reportagem especial deste fim de semana. No momento, há cerca de três mil vagas de trabalho em aberto nas 1,8 mil empresas do setor instaladas no município, mas há uma dificuldade de preenchê-las por falta de trabalhadores qualificados.

As ofertas de emprego podem ser encontradas em todos os níveis de conhecimento e salário, às quais podem se candidatar desde jovens apenas com o ensino fundamental completo até profissionais graduados. Os salários iniciais variam de R$ 1.800 a R$ 6 mil.

A região de Londrina vem se consolidando há alguns anos como um polo da área de inovação tecnológica, tanto que em 2006 foi criado o Arranjo Produtivo Local de tecnologia da informação e comunicação. O mercado nesse área vinha crescendo gradualmente, mas com a pandemia e a aceleração do processo de digitalização da economia, as oportunidades de trabalho se multiplicaram com enorme rapidez e a tendência a médio e longo prazo é que continuem em alta.

A maior parte das vagas de emprego é para programadores de computadores e, dentro desse universo, os recrutadores procuram desenvolvedores de aplicativos para celular, desenvolvedores de sites para interação com o usuário e desenvolvedores de software. Profissionais habilitados para analisar a qualidade dos softwares e em ciência de dados, que saibam usar ferramentas de matemática e estatística, também são bastante requisitados.

É claro que se o candidato tiver graduação na área as chances de boas colocações aumentam muito. Mas a formação técnica abre muitas portas, tanto que instituições estão procurando oferecer formação até mesmo gratuita para pessoas de todas as idades que se interessam em aprender.

Na unidade de Londrina do Senai, até o final deste ano, serão ofertados 70 cursos sem qualquer custo ao aluno nas linhas de qualificação e aperfeiçoamento profissional para formação e capacitação de mão de obra.

A Codel (Instituto de Desenvolvimento de Londrina) e o Senac também se uniram para promover a qualificação de trabalhadores na área.

Segundo dados da Brasscom (Associação das Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação e de Tecnologias Digitais), em média 53 mil pessoas com perfil tecnológico se formam por ano no Brasil. Até 2025, a expectativa é que a demanda do setor chegue a 797 mil novos profissionais. Com o número de formados muito abaixo da necessidade do mercado, a projeção é de um deficit anual de 106 mil trabalhadores de TI, chegando a 530 mil em cinco anos.

O mundo do trabalho está muito muito dinâmico e o de TI tem grandes possibilidades e oportunidades de futuro.

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