Nos últimos dez anos, a indústria brasileira apresentou mudanças em seu perfil. Uma delas foi a tendência de descentralização do Sudeste. A região continua sendo a mais industrializada do país, mas viu sua produção cair na última década. Enquanto isso, aumentaram participação no PIB (Produto Interno Bruto) industrial as regiões Sul, Centro-Oeste, Nordeste e Norte.

São Paulo, estado mais industrializado do país, teve uma queda de 5,5% na produção, o que contribuiu para uma queda de 7,5% das indústrias de transformação no Sudeste. O Sul, com crescimento de 3,2% e o Nordeste, com 2,9%, se destacam na ampliação do setor. E o Paraná foi um dos estados que mais se beneficiaram com a tendência. No período, o crescimento estadual foi de 1,05%, atrás apenas do Pará (1,41%) e Rio Grande do Sul (1,08%).

Economistas analisam que a indústria brasileira tem dificuldades em competir no mundo. Apesar disso, os números mostram que o setor serviu para segurar a economia brasileira durante a pandemia. Estudiosos acreditam que, quanto mais a indústria nacional for diversificada, maiores as chances de crescimento para fazer frente a outras nações no cenário global.

O Paraná, que por muito tempo mantém a base de sua economia voltada para o agronegócio, colhe bons frutos com a política de incentivo a montadoras de veículos, no caso a Volvo, Renault e Volkswagen. Outros setores também se destacam, como a indústria papeleira, com investimentos milionários da Klabin, e o setor de gráficas de impressão e reprodução.

O atual momento é considerado um divisor de águas na história da economia da humanidade. A história mostra que períodos de grande turbulência mundial, como guerras e epidemias, são sucedidos por anos de prosperidade. É fundamental que o Paraná esteja preparado para capitalizar todas as oportunidades que venham a surgir. Certamente, colocar a indústria entre suas prioridades é um grande passo para isso.

E, atualmente, pensar no futuro da economia como um todo, assim como no futuro da indústria, é preciso priorizar os investimentos na tecnologia 5G. A conexão banda larga e móvel de altíssima velocidade promete revolucionar as relações humanas com a tecnologia nos próximos anos. Estudo da União Internacional de Telecomunicações (UIT) projeta um aumento do produto interno bruto (PIB) em até 1,9% para cada 10% de ampliação da cobertura de banda larga.

O Brasil aprovou recentemente a proposta do edital de licitação para a disposição do espectro de radiofrequências, em votação do Conselho Diretor da Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações). Agora é preciso celeridade para garantir que o modelo regulatório brasileiro para implantação de redes de 5G proporcione condições de custo, cobertura e rapidez de implementação pelo menos equivalentes às de outros países.

Em artigo publicado no jornal O Estado de S. Paulo, o presidente da CNI (Confederação Nacional da Indústria), Robson Braga de Andrade, alerta que, sem essas providências, dificilmente o país dará um salto para o futuro, ou seja, não conseguirá acompanhar os avanços propiciados pela quarta revolução industrial. Segundo ele, os investimentos em inovação, em tecnologia e na qualificação de profissionais devem ser encarados como prioridade. Com base no posicionamento dos estudiosos do setor, fica claro que não há indústria forte sem inovação.

Contribuir com o desenvolvimento econômico do Estado e do País é uma das bandeiras da FOLHA

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