Chegou ao fim a novela da vacinação contra a Covid-19 para crianças de 5 a 11 anos. Nesta quarta-feira (5), o Ministério da Saúde definiu que a população dessa faixa etária receberá a vacina da Pfizer sem precisar apresentar prescrição médica. O processo de imunização terá início em crianças indígenas, quilombolas, com comorbidades e deficiência permanente. O intervalo entre as duas doses será de oito semanas.

Imagem ilustrativa da imagem EDITORIAL - Finalmente, o país tem um plano de vacinação para as crianças
| Foto: Valter Campanato/Agência Brasil

Nesta edição de quinta-feira (6), a FOLHA detalha a entrevista coletiva que o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, concedeu sobre o planejamento do governo federal para a inclusão dos meninos e meninas no público beneficiado com o imunizante pediátrico da Pfizer.

A imunização da faixa etária de 5 a 11 anos não será obrigatória. A previsão é que as crianças começam a ser vacinadas ainda janeiro e elas só precisarão estar acompanhadas dos responsáveis no ato da vacinação, sem necessidade de um termo por escrito, como queria o governo federal.

O país tem cerca de 20 milhões de crianças com idade entre 5 e 11 anos, e a previsão é que 3,7 milhões de doses pediátricas cheguem ao Brasil ainda este mês.

Embora a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) tenha autorizado o uso da vacina pediátrica da Pfizer no Brasil em dezembro, o Ministério da Saúde foi resistente em fazer a inclusão das crianças no plano nacional de vacinação contra a Covid-19 e o presidente Jair Bolsonaro tentou intimidar os técnicos da Anvisa dizendo que iria tornar público o nome dos funcionários que autorizaram o uso do imunizante para crianças no Brasil.

Tanto que o anúncio do processo de imunização para o público entre 5 e 11 anos só foi anunciado após uma consulta e uma audiência pública realizada na terça-feira (4).

O detalhamento da imunização em crianças chega em um momento em que alguns municípios já começaram a aplicar a quarta dose da vacina em indivíduos imunossuprimidos e vive um aumento assustador de casos e internações, certamente em consequência das festas de Réveillon.

Durante todo o tempo em que o país esperou pelo detalhamento do plano pelo ministério, especialistas em saúde pública manifestaram publicamente a importância de fazer chegar o imunizante no braço dos meninos e meninas.

O resultado positivo da consulta pública, que também gerou muitas críticas de médicos e especialistas, foi mostrar que os brasileiros querem a vacinação e querem vacinar as crianças. É mais uma mostra, entre tantas pesquisas que já foram feitas em 2021, de que a população brasileira acredita nas vacinas.

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