EDITORIAL - Em tempos de crise, qualquer desperdício é inaceitável
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segunda-feira, 12 de julho de 2021
Folha de Londrina
Qualquer pessoa com a mínima noção em administrar as contas domésticas sabe que, em tempos de crise, a palavra de ordem é economizar.
Uma das atitudes, além de frear o consumo é otimizar ao máximo os recursos disponíveis, o famoso fazer mais com menos.
Quando não se controla o desperdício, seja ele de alimentos, insumos ou de energia, o reflexo é imediato no final do mês.
A regra comum à maioria dos lares brasileiros, porém, parece não ser observada em outras esferas da administração, seja ela pública ou privada.
Por se tratar de um recurso esgotável e um bem inerente à vida humana, a água merece toda a atenção quando o assunto é se evitar desperdícios.
No entanto, dados do Instituto Trata Brasil apontam que a cada 10 litros de água potável, quatro se perdem antes de se chegar às casas dos brasileiros, conforme mostra reportagem publicada por esta FOLHA na edição deste fim semana.
O índice considera tanto as perdas físicas, ou seja, os vazamentos, como as comerciais, associadas a fraudes e problemas de medição.
Para efeitos de comparação, em países como Japão e Dinamarca, o índice de perdas não passa dos 10%.
Já quando o assunto é o desperdício por parte do consumidor, os grandes vilões são o hábito de lavar a calçada com mangueira, torneiras gotejando ou com água escorrendo sem necessidade.
Há que se lembrar que, no meio de uma crise hídrica com estiagens que se prolongam acima da média, qualquer perda é inaceitável.
O Paraná vive a pior crise hídrica de sua história e especialistas alertam que é necessário uma mudança urgente na forma como lidamos com o recurso.
Desta forma, os especialistas expõem que, por outro lado, é preciso de investimentos de longo prazo nos sistemas de distribuição, levando o serviço para lugares em que ainda não têm rede.
Em tempos em que o mundo discute a revolução digital com a introdução do sistema 5G, além de outras modernidades, ainda temos que lidar com deficits graves em serviço essencial como saneamento básico.
Há que se ponderar que os desafios de se manter bons índices em um país continental tem suas dificuldades, porém as melhorias são necessárias.
A FOLHA agradece a sua preferência!

