Protestos em apoio à catarinense Mariana Ferrer foram realizados várias cidades brasileiras neste domingo (8), organizados por grupos em redes sociais. Em Londrina, a manifestação reuniu muita gente no cruzamento das avenidas Higienópolis e Juscelino Kubitscheck.

Em todas as manifestações, os participantes pediam justiça para a jovem que acusou o empresário André de Camargo Aranha de estupro. Ele foi absolvido por falta de provas, mas o que indignou a opinião pública foi a forma como a moça foi humilhada na audiência judicial pelo advogado de defesa do acusado, Cláudio Gastão da Rosa Filho. São Paulo, Minas Gerais, Paraná, Ceará, Santa Catarina e Rio Grande do Sul foram alguns dos estados que registraram as manifestações.

As imagens da audiência judicial em que Mariana é humilhada pelo advogado de defesa foram reveladas pelo jornal The Intercept, que utilizou o termo “estupro culposo” para ilustrar o resultado do julgamento.

Assim como aconteceu em 2016, quando o Brasil se indignou com um caso de estupro coletivo ocorrido no Rio de Janeiro em que os estupradores chegaram a documentar o crime em um vídeo, o caso Mariana Ferrer fez voltar à tona o tema “cultura do estupro”.

É inegável que existe no Brasil uma cultura que acaba influenciando a ocorrência do crime de estupro. A expressão “cultura do estupro” surgiu na década de 1970 para indicar que a sociedade neutralizava e aceitava algumas violências em relação à mulher, que é vista como um ser inferior e propriedade do homem.

Quando uma pessoa afirma que a culpa da violência é da mulher, ou seja, da própria vítima, porque não deveria ter consumido bebida alcoólica ou usado uma roupa curta (por exemplo), estamos diante de um claro exemplo de “cultura do estupro”.

Parte da solução está em quebrar essa cultura e isso passa pela educação. Não trará resultados imediatos, mas protegerá as gerações futuras. É a educação que ensinará meninos e meninas a se respeitarem e a valorizarem mais o amor e a amizade.

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