Nesta sexta-feira (22), Dia Estadual de Combate ao Feminicídio, a Folha de Londrina traz a triste notícia de que duas mulheres foram mortas a tiros em Ibiporã, na Região Metropolitana de Londrina, e a polícia investiga a possibilidade de o ex-namorado de uma das vítimas ter praticado o crime.

O Dia Estadual de Combate ao Feminicídio foi criado em 2019 e marca a memória da morte da advogada Tatiane Spitzner, de Guarapuava, assassinada em 2018. O marido dela, Luis Felipe Manvailer, foi condenado, no ano passado, a 31 anos, 9 meses e 18 dias de prisão pelo homicídio qualificado da esposa.

A data é um motivo para dar visibilidade ao debate sobre violência contra a mulher, tanto que um ato público será realizado nesta sexta-feira, das 10h às 14h, no Calçadão de Londrina, em uma ação promovida pela Secretaria Municipal de Políticas para as Mulheres e do Conselho Municipal dos Direitos das Mulheres.

Durante o ato, que será em frente ao Cine Teatro Ouro Verde, serão entregues materiais com informações sobre os serviços à disposição das mulheres e os canais de denúncia para as vítimas de violência. Essa será a primeira mobilização presencial da Rede de Enfrentamento à Violência Doméstica no período pós-pandemia de coronavírus.

É preciso chamar a atenção da população para o combate ao feminicídio e às outras formas de violência contra a mulher. Nas últimas semanas, uma tragédia envolvendo um policial militar de Toledo, na região Oeste, abalou o Paraná. Ele tirou a vida de oito pessoas e se matou na sequência, sendo que uma das hipóteses é que o soldado não aceitava a separação. Fabiano Junior Garcia matou a esposa, três filhos, a mãe, o irmão e dois jovens que encontrou na rua.

Em Ibiporã, os motivos que levaram ao assassinato das duas mulheres está sendo investigado pela polícia. Elas foram mortas com disparos de arma de fogo e um bebê de três meses foi ferido na mão, dentro de uma residência, na rua Ponta Grossa. Um dos familiares conta que a casa pertencia à sua avó, de 49 anos, e que na hora do crime estava na companhia de uma nora.

O Brasil é um dos países que ocupam os primeiros lugares no ranking mundial de violência contra a mulher, incluindo o feminicídio - trata-se do assassinato de uma mulher pela condição de ser mulher, motivado por ódio, desprezo ou pelo sentimento de perda do "controle" sobre ela.

Infelizmente, os dois casos tratados acima são ainda muito comuns, apesar da entrada em vigor, em 2006, da Lei Maria da Penha. É um problema complexo, envolve questões culturais ainda muito sérias e presentes no Brasil, agravado pela banalização da violência doméstica e pelas falhas dos serviços de atendimentos especializados.

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