O dia de amanhã é incerto para 14,8 milhões de brasileiros que estão desempregados. A última pesquisa, divulgada na quarta-feira (30) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) mostrou que a taxa de pessoas sem carteira assinada ficou em 14,7% no trimestre encerrado em abril.

Entre fevereiro e abril, o número de desempregados totalizou 14,8 milhões. Os dados integram a Pnad Contínua (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua) com divulgação mensal.

A taxa de 14,7% havia sido alcançada no primeiro trimestre deste ano. Entre fevereiro e abril do ano passado, período inicial da pandemia, estava em 12,6%.

O índice crescente acende mais uma vez a luz vermelha de alerta. O país precisa de projetos que vislumbrem a criação de empregos.

Pelas estatísticas oficiais, um profissional está desempregado quando não tem ocupação e segue em busca de oportunidades. O levantamento do IBGE considera tanto trabalhadores formais quanto informais.

A pandemia, que completou um ano em março, vem impactando a economia e considerar que os números seriam mais positivos no início do segundo semestre de 2021 é quase como acreditar em Papai Noel.

Nenhum país estava preparado para lidar com a Covid-19 em 2020. Em 2021, o Brasil continua apanhando do coronavírus, que já não é mais tão novo. O ritmo de pessoas vacinadas com as duas doses do imunizante ainda é baixo e as novas cepas estão causando reviravoltas em alguns países.

Na Europa, Reino Unido e Portugal travam uma batalha contra a variante delta do Sars-CoV-2, primeiramente detectada na Índia e que é potencialmente mais contagiosa que as demais. Por conta disso, Portugal, que já recebia turistas estrangeiros, voltará a ter toque de recolher a partir desta sexta-feira (2) em 45 municípios, incluindo a capital, Lisboa.

No Brasil, a situação continua impondo que vários planos desenhados para 2020 ainda fiquem na gaveta por mais tempo em 2021. Várias medidas tomadas pelo governo federal, governos estaduais e prefeituras ajudaram a mitigar os efeitos cruéis da pandemia sobre os postos de trabalho.

A gerente de pesquisa do IBGE, Adriana Beringuy, reconheceu que o mercado de trabalho enfrenta dificuldades que se acentuaram com a chegada da pandemia. Mas lembrou que o aumento de oferta de emprego vai depender de fatores que envolvem a economia como um todo. "O mercado de trabalho responde a estímulos econômicos, como o consumo das famílias, a possibilidade de acesso a crédito” ressaltou.

A esperança é que com o avanço da vacinação será possível voltar gradativamente à normalidade e a geração de empregos volte a ser tema de reportagens positivas para o brasileiro.

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