Falar em acessibilidade é tratar do direito que uma pessoa com deficiência ou com mobilidade reduzida tem de viver de forma independente, exercendo sua cidadania e participando do cotidiano social da forma mais autônoma possível. Pensando nisso, é preciso que a acessibilidade faça parte realmente dos espaços urbanos das cidades, das calçadas, prédios públicos e privados, dos ônibus, supermercados, entre outros.

Imagem ilustrativa da imagem EDITORIAL - Cidadania e acessibilidade
| Foto: iStock

Não é possível falar em inclusão, acessibilidade e mobilidade, se um cadeirante ou uma pessoa com deficiência visual precisar ser carregado para ir a um posto de saúde, entrar em um ônibus e atravessar uma rua. Dessa maneira, cabe aos gestores municipais prestarem atenção nos detalhes que compõem os equipamentos urbanos e a qualidade das vias e calçadas.

Recentemente, a Prefeitura de Londrina concluiu a reforma de um espaço importante no centro da cidade: o Bosque Central Marechal Rondon. E as novas características da área verde, de valor histórico e afetivo para os londrinenses, têm atraído um novo perfil de frequentadores - patinadores, skatistas e ciclistas.

O Bosque Central, como é chamado, ganhou características inovadoras e uniu de forma muito interessante as avenidas São Paulo e Rio de Janeiro entre a Catedral e o Colégio Mãe de Deus.

Para compor a reportagem da seção Mobilidade em Pauta desta sexta-feira (11), a FOLHA convidou um casal de cadeirantes para avaliar se esta nova fase pode ser também uma evolução em direção à equidade, aquela ideia na qual cidadãos com as mais diversas características sejam tratados da mesma forma no espaço público.

A reportagem acompanhou a visita ao local de Edilaine Pereira Gonçalves Senne e Elder Raimundo Senne, cadeirantes, aposentados, moradores da Vila Nova (área central) e que aceitaram fazer um experimento no novo projeto. Em relação à acessibilidade, ambos consideram o projeto de renovação do logradouro exemplar. A começar pelo nivelamento das ruas marginais com o pátio central do Bosque, uma das maiores novidades do projeto. Na opinião deles, todas as travessias deveriam ter esse padrão: sem obstáculo e com nivelamento perfeito.

A avalição positiva do casal também se estendeu para o pátio central, os corredores mais largos e o piso de concreto. “No formato anterior, os bloquetos se soltavam e acabavam se tornando armadilhas no caminho. Com o concreto liso, a cadeira desliza com segurança”, comenta Elder. As trilhas mais largas que as anteriores também permitem desvios de eventuais obstáculos e até um passeio lado a lado pelo casal.

A nota negativa do casal foi para dois aspectos, a falta de banheiro público e o mau cheiro causado pelas fezes das pombas, que continuam, em grande quantidade, habitando as árvores do Bosque.

É gratificante comprovar que a acessibilidade foi considerada de forma ampla na reforma de um espaço histórico e importante de Londrina. O exercício da inclusão social implica em acessibilidade.

Obrigado por ler a FOLHA!

Receba nossas notícias direto no seu celular! Envie também suas fotos para a seção 'A cidade fala'. Adicione o WhatsApp da FOLHA por meio do número (43) 99869-0068 ou pelo link wa.me/message/6WMTNSJARGMLL1.