As queimadas no Paraná, que já somam quase 12 mil registros em 2024, expõem a gravidade do problema ambiental que aflige várias partes do país e do mundo. No Norte do Paraná, a fumaça voltou a tomar conta do panorama após alguns dias de céu azul.

O governo estadual tem lançado mão de medidas emergenciais para mitigar os efeitos da seca e das queimadas, porém os dados demonstram que o desafio é constante e pode se intensificar com a chegada de fenômenos climáticos como a La Niña, que tende a tornar o clima mais seco.

O decreto de emergência, por exemplo, facilita o combate às queimadas em áreas críticas e permite uma atuação mais eficiente das autoridades. O reforço na estrutura de combate, como a compra de equipamentos e o treinamento de brigadistas, é fundamental para mitigar os danos.

É importante destacar, porém, que essas ações não eliminam a necessidade de um planejamento a longo prazo. Enfrentar as queimadas requer políticas que integrem a proteção ambiental com a adaptação às mudanças climáticas. O Paraná precisa continuar investindo em educação ambiental, controle do desmatamento e recuperação de áreas degradadas, além de se preparar para os desafios climáticos futuros.

O enfrentamento aos efeitos da mudança climática deve envolver políticas públicas sintonizadas entre as diferentes esferas de poder. As queimadas também foram tema de discurso do presidente Luiz Inácio Lula da Silva que afirmou, na Assembleia-Geral da ONU (Organização das Nações Unidas), nesta terça-feira (24), que seu governo não terceiriza responsabilidade pela onda de queimadas que assola o país.

O Brasil possui um capital político e econômico significativo, baseado em sua matriz energética majoritariamente renovável e na imensa biodiversidade de seus ecossistemas. Essa vantagem competitiva oferece ao país um leque de oportunidades no cenário global, especialmente em um contexto onde a transição para energias limpas é cada vez mais valorizada. Com uma capacidade de geração de energia sustentável superior à de muitas nações, o Brasil tem a chance de liderar o desenvolvimento de soluções verdes e atrair investimentos voltados à economia de baixo carbono.

Entretanto, para capitalizar essas oportunidades, é essencial que o país demonstre compromisso com a preservação ambiental. O descontrole das queimadas, especialmente na Amazônia, prejudica a imagem internacional do Brasil e mina sua credibilidade como líder ambiental. Proteger seus biomas e controlar a degradação ambiental é uma exigência do mercado global, que cada vez mais valoriza práticas sustentáveis e pune nações que falham em preservar seus recursos naturais.

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