No mês em que a pandemia do novo coronavírus completa dois anos, o mundo superou a marca de 6 milhões de mortes por Covid-19. A contagem é baseada nas pesquisas da universidade norte-americana Johns Hopkins. O marco anterior de 5 milhões de mortos foi registrado em 1º de novembro de 2021. Isso mostra que o último milhão de vítimas fatais foi alcançado em apenas quatro meses. Pode ser um número mais lento do que a escalada da doença em 2021, mas um índice alto evidenciando que não dá para abrir mão de todas as armas de prevenção ao coronavírus.

Imagem ilustrativa da imagem EDITORIAL - Cabe à ciência a decisão de relaxar medidas contra a Covid
| Foto: Oscar Rosario/AFP

Só que uma análise feita por uma equipe da revista inglesa The Economist estima que, devido às subnotificações de casos e mortes, a cifra mais próxima da realidade esteja entre 14,1 milhões a 23,8 milhões de vítimas.

O Brasil é o segundo país com mais mortes pelo novo coronavírus, passando de 650 mil, segundo a Johns Hopkins. Os Estados Unidos continuam na liderança do ranking dos países com maior número de vítimas fatais pela Covid-19: 958 mil óbitos. Na sequência estão Índia (515, 1 mil) Rússia (349,2 mil) e México (319,9 mil).

Quanto ao número de casos em todo o mundo desde o início da pandemia, ele passa de 446 milhões, ainda segundo a Johns Hopkins.

O avanço da vacinação vem reduzindo número de casos e óbitos, mas a variante ômicron preocupa e a distribuição desigual das doses de imunizantes pelo mundo oferece risco de novas cepas surgirem.

Segundo a plataforma Our World in Data, mas de 10,8 bilhões de doses da vacina contra a Covid-19 foram aplicadas em todo o mundo e 63% da população mundial recebeu ao menos uma injeção enquanto os que completaram o primeiro ciclo vacinal atingiu 56%.

Com as altas taxas de imunização, vários países começaram a relaxar as restrições contra o coronavírus, como foi o caso da Dinamarca, Noruega, Suécia, Reino Unido e Austrália. No Brasil, o Rio de Janeiro começou a flexibilizar as medidas, assim como Santa Catarina e Distrito Federal.

No Paraná, a decisão da Sesa (Secretaria Estadual de Saúde) é de cautela e a possibilidade de flexibilizar ainda mais as restrições pode ocorrer somente no fim do março ou início de abril. O secretário Beto Preto disse que pretende esperar pelo menos 15 dias após o encerramento do Carnaval para discutir o fim da obrigatoriedade do uso de máscaras.

A cautela é uma atitude coerente da Sesa. Cada estado tem a sua realidade e melhor deixar nas mãos dos cientistas o processo de flexibilização das restrições. É claro que não será possível pensar em uma volta ao que era antes porque as epidemias e pandemias provocam mudanças na forma de vida da população. Com a cólera, aprendemos a cuidar melhor da água que bebemos; com a Aids mais pessoas passaram a usar camisinha na hora do sexo para evitar o contágio; e a pandemia da Covid-19 nos fará repensar várias coisas no nosso cotidiano, como a higiene das mãos e até mesmo usar mais a tecnologia para trabalhar e viajar.

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