Imagem ilustrativa da imagem Editorial - Brasília: são tantas emoções

Uma gangorra de emoções nem sempre boas: assim pode ser definida a semana que passou em Brasília para quem acompanha o noticiário político. Até a conclusão do relatório da Covid-19 foram dias de muita tristeza com denúncias, indícios de corrupção, choro de parentes que perderam pais, filhos, irmãos, avós.

Embora os governistas queiram transformar tudo em "narrativa", nenhum relatório de CPI é feito sem documentação e, neste caso, a documentação é abundante, de modo que resta esperar que a conclusão dos senadores chegue à PGR que deverá determinar o prosseguimento ou não das investigações.

Se a CPI proporcionou uma gangorra diária de emoções, a notícia na quinta-feira (21) de que o teto de gastos para o orçamento de 2022 será rompido para o governo pagar o Auxílio Brasil de R$ 400 em ano pré-eleitoral, foi outro assunto que envolveu uma debandada de secretários no Ministério da Economia que alegaram "motivos pessoais" para a saída, mas por trás do argumento, aparece a sombra da preocupação sobre o rompimento do teto, considerado a "âncora fiscal do País."

Longe de julgamentos, apenas é possível analisar que a medida fez subir o dólar e cair a Bolsa de Valores, o que mostra um sinal vermelho à frente de decisões justificadas como "necessárias" pelo ministro da Economia Paulo Guedes.

Ele deu entrevista nesta sexta-feira (22), alegando que a medida foi necessária para socorrer os menos favorecidos. Um gesto de bondade, portanto, pelo menos na sua explicação que veio ainda com a sombra da cobrança e pagamentos dos precatórios que impedem o cumprimento dos programas sociais, segundo o governo, e a alegação de Guedes que "não quer deixar ninguém passar fome para tirar 10 no fiscal" (sic).

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Depois do dólar subir, buchichos davam conta de que Guedes poderia cair, mas o apoio do presidente e o "fico" do ministro, ainda na sexta, espantaram o fantasma da demissão e o dólar caiu de novo num sinal de apaziguamento do mercado.

Para coroar as fortes emoções da vida política do País, capazes de provocar um infarto nos mais sensíveis observadores e eleitores pró e contra o governo, a notícia de que o ex-ministro da Justiça Sérgio Moro vai assinar filiação com o Podemos em novembro, para possivelmente disputar as eleições presidenciais pela terceira via em 2022, veio para selar uma semana de muita agitação na esfera política, com altos e baixos, conclusões e previsões, o que pode ser considerado só a ponta do iceberg do que acontecerá no Brasil no ano que vem, com os candidatos em seus palanques prometendo mundos e fundos.

Aguenta, coração!

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