Pesquisa realizada pela Global Forest Watch, ferramenta da organização não governamental WRI (World Resources Institute) em parceria com a Universidade de Maryland, nos EUA, sobre conservação das florestas tropicais no mundo chama muita atenção. Os dados coletados pelos especialistas mostraram que o Brasil foi líder, em 2021, na perda de florestas tropicais no mundo, responsável por 40% da derrubada registrada. O Brasil tem a maior floresta tropical do planeta.

Imagem ilustrativa da imagem EDITORIAL - Brasil, líder em derrubar florestas
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Ao todo, as perdas de florestas tropicais primárias somam 3,75 milhões de hectares (37,5 mil quilômetros quadrados). No Brasil, segundo a plataforma, a perda foi de 1,5 milhão de hectares, ou 15 mil quilômetros quadrados, valor menor do que o documentado no ano anterior, mas maior do que os números de 2018 e 2019.

A ferramenta mostrou que houve um aumento relevante de perda florestal no oeste da Amazônia, com novos pontos de grande expansão do desmatamento ao longo de estradas.

Além da enorme perda de biodiversidade, a derrubada das florestas tropicais também tem um impacto considerável em emissões de gases-estufa. No Brasil, a derrubada da Amazônia e as atividades do agronegócio são as principais fontes de emissão.

Ainda segundo a Global Forest Watch, em 2021 houve emissão de 2,5 gigatoneladas de CO2 pela derrubada de florestas tropicais nativas, valores não tão distantes das emissões de toda a Índia.

Enfrentar a destruição das florestas é enfrentar o desafio climático global. A Amazônia é um fato crucial dessa equação e sua conservação um elemento fundamental para que o mundo venha a atingir a meta climática de limitar o aquecimento global a 1,5°C, promessa central do Acordo de Paris, no qual os países se comprometeram a reduzir emissões para, preferencialmente, evitar uma subida de temperatura que trará consequências devastadoras para o planeta.

No ano passado, dados revelados pelo MapBiomas com base em 2020 dava uma ideia do tamanho do estrago nas florestas tropicais. O relatório apontou a derrubada de 24 árvores a cada segundo no Brasil, levando a uma perda média estimada de 3.795 hectares por dia.

O MapBiomas foi criado no final de 2018 para facilitar a fiscalização remota dos desmates no Brasil, com base no processamento de alertas emitidos por cinco sistemas de monitoramento por satélite.

E como todo isso nos afeta? Basta lembrar dos períodos extensos de seca nos últimos anos. Conservar as árvores em pé é essencial para deter as mudanças climáticas e garantir as chuvas.

É possível reverter essa tendência de aumento do desmatamento na Amazônia ajudando a manter o equilíbrio climático da Terra. A maioria das ações depende do poder público, como fortalecer os mecanismos de fiscalização, restaurar áreas degradadas e financiar ações de conservação. Mas o cidadão comum deve ajudar, adotando o consumo consciente e, por exemplo, não comprando produtos de madeira ilegal.

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