A sustentabilidade é um dos temas de maior destaque na sociedade moderna. Basta ver na agenda dos candidatos a presidente da República e também dos governadores nas eleições de 2022. Podemos dizer que a sustentabilidade é uma forma de articular os compromissos ambientais, sociais e econômicos dos governos, de empresas e dos cidadãos. É um valor e, atualmente, uma vantagem competitiva em praticamente todos os mercados em todos os continentes.

No agronegócio, o compromisso com a sustentabilidade é certamente um requisito de mercado. No setor produtivo, a busca por tecnologias sustentáveis para o controle de pragas e fertilização do solo é uma necessidade não apenas para atender as exigências do mercado, principalmente o externo, mas também para reduzir os impactos ambientais e aumentar a segurança alimentar. É aí que entra o desenvolvimento dos bioinsumos no campo, em substituição aos fertilizantes químicos e defensivos agrícolas, como mostra reportagem da Folha de Londrina.

O uso dos bioinsumos foi ampliado nos últimos anos e os resultados mostram ganhos na produtividade e na rentabilidade. Mas a prática de empregar bactérias e fungos no manejo das lavouras está muito atrasada no país e carece de legislação específica. As experiências ainda são muito pontuais na grande maioria dos estados brasileiros.

Ao contrário do que se imaginava há alguns anos, os bioinsumos são eficientes não apenas em pequenas áreas de agricultura familiar ou em horticultura. Aos poucos, as experiências registradas em extensas áreas de plantio em algumas partes do país vão desmistificando conceitos e práticas e mostram que o controle biológico da produção tem efeitos muito positivos em grandes lavouras e em todos os tipos de cultura. Além da olericultura e fruticultura, já comprovadamente beneficiadas pelo manejo biológico, o plantio de grãos, como soja, milho e trigo, também apresentou resultados bastante positivos com o uso de bioinsumos no sistema de produção.

A reportagem mostra a experiência de Goiás, estado pioneiro ao instituir a lei que implementou o programa de bioinsumos naquele estado e a iniciativa do Paraná em criar um grupo de trabalho com a missão de discutir a implantação de um programa estadual de controle biológico na produção.

Sabemos que o país ainda está atrasado em relação ao uso do bioinsumos quando falamos em legislação específica e financiamento. Estamos dando os primeiros passos, mas precisamos melhorar pois o Brasil tem condições de ser exemplo em ecoeficiência e diversidade biológica.

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