EDITORIAL - As novas modalidades de notícias falsas
PUBLICAÇÃO
sexta-feira, 14 de outubro de 2022
Adriana de Cunto - Diretora de Redação
A guerra informativa que contamina as eleições no Brasil entrou em um outro patamar neste segundo turno das eleições 2022, conforme alertou o presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), ministro Alexandre de Moraes, nesta quinta-feira (13). Para o magistrado, o Brasil está assistindo o surgimento de duas novas modalidades de desinformação.
A constatação do ministro se deu em julgamento ocorrido nesta quinta-feira, quando os ministros do TSE decidiram que redes sociais e as campanhas dos presidenciáveis deveriam retirar conteúdos carregados de desinformação que prejudicavam os dois candidatos, Luiz Inácio Lula da Silva, do PT, e Jair Bolsonaro, do PL.
A primeira nova modalidade de desinformação encontrada por Alexandre de Moraes trata da "manipulação de premissas verdadeiras". "Você junta várias informações verdadeiras, que ocorreram, e aí traz uma conclusão falsa", afirmou o presidente do TSE.
A outra modalidade de desinformação, segundo magistrado, envolve o uso da mídia tradicional para espalhar fake news. Segundo ele, o TSE já determinou a remoção de ao menos cinco conteúdos divulgados por veículos jornalísticos desde o dia 1º de outubro, véspera do primeiro turno da eleição.
A polarização política que começou a surgir no Brasil após as manifestações de 2013 preparou o terreno para uma inundação de informações falsas ou destorcidas em algum grau. Especialistas vêm alertando para as consequências trágicas da epidemia de desinformação e os veículos sérios de jornalismo, entre os quais a Folha de Londrina, se esforçam em checar boatos e oferecer o necessário antídoto contra as fake news.
Mas as pessoas também precisam se conscientizar e reconhecer que as fake news só viralizam e prejudicam a democracia devido a um fator chamado “viés de confirmação”, que significa que as pessoas procuram informações que confirmem as suas crenças e descartam aquelas que são contrárias ao que acreditam. Ou seja, mesmo que sejam fake news, o cidadão acaba acreditando pelo simples fato da mentira confirmar o que para ele era "verdade".
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