Um levantamento realizado pela empresa britânica de energia Uswitch, com base em um banco de dados internacional de desastres naturais, como incêndios, enchentes e epidemias, mostrou que no Brasil pelo menos 116 milhões de pessoas já foram afetadas por esses fenômenos nos últimos 120 anos.

Segundo o levantamento da companhia, de 1902 a 2021 constavam na base de dados mais de 15 mil desastres. Desses, 251 ocorreram no Brasil e causaram a morte de cerca de 13 mil pessoas.

As enchentes representam a maior parte (154) dos desastres no Brasil, seguidas de longe por deslizamentos (25), que são costumeiramente relacionados a chuvas.

O fim de 2021 e o começo de 2022 foram marcados por violentas chuvas e enchentes em diferentes regiões do país. No ano passado, as inundações na Bahia levaram à morte mais de duas dezenas de pessoas. No começo deste ano, as chuvas em Minas Gerais mataram, ao menos, 24 pessoas. No estado de São Paulo, da semana passada para cá, fortes chuvas e deslizamentos mataram também mais de duas dezenas.

Imagem ilustrativa da imagem EDITORIAL - As enchentes e a falta de prevenção de desastres
| Foto: FILIPE ARAUJO / AFP

Um cenário de tristeza e tragédia que pode se agravar com o fenômeno da crise climática. Cientistas vêm alertando para a grande vulnerabilidade do Brasil com o aquecimento global e apontando que a situação deve ser mais dramática para as populações pobres que vivem em áreas de risco, como encostas de morros.

O mês de janeiro costuma ser preocupante no Brasil por conta de ser um período chuvoso. Muitas tragédias envolvendo enchentes e deslizamentos ocorreram nas primeiras semanas de janeiro. Mesmo assim elas se repetem, causando mortes e perdas materiais para a população.

Políticas públicas para evitar desastres causados por chuvas devem ser implantadas pelo poder público o mais urgente possível. Não é concebível que a sociedade veja famílias enterrarem seus entes queridos, vítimas de desastres naturais, e esqueça logo depois sem atacar as causas dos desastres naturais.

Além da perda de vidas e dos feridos, existe o custo econômico dessas ocorrências climáticas. Prevenir é mais barato do que o custo da emergência.

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