Imagem ilustrativa da imagem EDITORIAL - As cidades estão preparadas para as consequências das mudanças climáticas?
| Foto: Roberto Custódio

Órgãos da Prefeitura de Londrina, como a CMTU (Companhia Municipal de Trânsito e Urbanização) e a Defesa Civil viraram a noite de terça-feira (14) para a madrugada de quarta-feira (15) trabalhando na resolução dos problemas causados pelo forte temporal que atingiu a região no começo da tarde de terça-feira. O Simepar registrou rajadas de vento que chegaram a 62 quilômetros por hora na cidade

Os números são bastante altos, mas felizmente não houve registro de feridos graves ou vítimas fatais em decorrências dos estragos causados pela forte chuva. A prefeitura contabilizou 163 ocorrências na terça-feira. Desse total, 103 foram de solicitações de lona em razão de destelhamentos. Caíram 59 árvores e também foi solicitada uma vistoria em imóvel por conta de estragos.

De acordo com a Coordenadoria Municipal de Proteção e Defesa Civil, o maior número de destelhamentos foi na zona norte de Londrina. Dezenove vias ficaram com trechos bloqueados para trânsito e cerca de 25 mil imóveis tiveram o fornecimento de energia elétrica interrompido.

Milhares de unidades habitacionais e empresariais ainda estavam sem energia elétrica na manhã de quarta-feira, tanto em Londrina como nas cidades vizinhas Rolândia e Cambé. Com a falta de energia, vários imóveis também tiveram o abastecimento de água interrompido.

Um temporal das dimensões que atingiu Londrina e municípios vizinhos inevitavelmente causará muitos transtornos como os verificados na terça-feira.

Até mesmo grandes e modernas cidades, como Nova York, nos Estados Unidos, sofreram com temporais de volume intenso de água nos últimos meses. No início de setembro, atingida pela tempestade tropical Ida, a metrópole americana registrou a maior quantidade de chuva em um dia em pelo menos 152 anos. Dezenas de pessoas morreram nos estados de Nova York, Nova Jersey e Pensilvânia.

A primavera é uma das estações mais chuvosas, por isso é difícil afirmar que a tempestade de terça-feira seja resultado desse clima mais hostil que o planeta atravessa, com eventos climáticos extremos se tornando mais frequentes e intensos. Incêndios na Califórnia e enchentes na Europa são exemplos.

A sensação de que estamos cada vez mais vulneráveis não é um exagero. Por mais que os serviços de meteorologia consigam prever com um certo tempo a chegada de tempestades, é difícil antecipar a queda de uma árvore sadia que pode ferir uma pessoa ou deixar alguns quarteirões sem energia. Embora as famílias mais pobres, que moram em habitações improvisadas, são as mais atingidas.

Especialistas em clima lembram que os padrões de regimes de chuva no Brasil estão mudando rapidamente, principalmente em consequência da ação humana no planeta. A pergunta que precisa ser feita é: as cidades médias e grandes estão preparadas para os reflexos da mudança climática? Se o cidadão comum precisa mudar seus hábitos para gerar menos impacto negativo no meio ambiente, os gestores têm que investir em políticas públicas e tecnologias que permitam que os municípios lidem melhor com esses problemas.

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