No Brasil, apesar do voto ser obrigatório, a taxa de abstenção é alta e o índice de eleitores que não compareceram às urnas no dia 2 de outubro foi de 20,9%, o maior desde as eleições de 1998, quando 21,5% do eleitorado não votou. No primeiro turno, que definiu os nomes de Luiz Inácio Lula da Silva, do PT, e de Jair Bolsonaro, do PL, para a disputa final para a presidência da República, 32 milhões de pessoas não compareceram às suas zonas eleitorais.

A abstenção tem crescido desde 2006, quando 16,8% dos eleitores não votaram. Na eleição para presidente de 2010, o índice subiu para 18,1%. Em 2014 foi para 19,4%. E nas eleições presidenciais passadas, em 2018, alcançou 20,3%.

Tradicionalmente, é na classe de menor renda e escolaridade que a abstenção é maior. Dificuldade com transporte, distância para os locais de votação, obrigação de trabalhar no dia da eleição, desinformação, fake news, são alguns dos fatores que afetam esse eleitor.

As longas filas em algumas sessões eleitorais no dia 2 de outubro podem ter funcionado como um fator de desistência, já que em alguns locais de votação o tempo de espera ultrapassou a duas horas e meia.

No dia 30 de outubro, quando os brasileiros irão voltar às urnas para o segundo turno, o tempo de espera deve ser menor porque os eleitores vão escolher candidatos para dois cargos: presidente e governador (em alguns estados).

Aproximar os locais de votação das casas e dos trabalhos dos eleitores, reduzir as filas e melhorar os acessos é um grande serviço à democracia, tal como o TRE (Tribunal Regional Eleitoral) do Paraná fez este ano de 2022, possibilitando que seis hospitais e duas casas de longa permanência do estado pudessem receber seções eleitorais.

É o projeto Cidadania Plena, realizado em parceria com a Sesa (Secretaria de Estado da Saúde), que deve servir de exemplo para outros estados brasileiros e que possibilitou que quase 1.000 eleitores, entre idosos, médicos, enfermeiros e outros membros comunidade local, pudessem votar sem se locomover nessas eleições.

Para se ter uma ideia do sucesso dessa iniciativa, o projeto Cidadania Plena teve 90% de participação no 1º turno das eleições. De 1.026 pessoas aptas a votar nas seções eleitorais instaladas pela iniciativa, 920 compareceram às urnas.

O HU (Hospital Universitário) de Londrina teve o maior índice de adesão ao projeto. Apenas uma pessoa, das 52 que estavam aptas, não compareceu para votar. Em Curitiba, o Hospital de Clínicas foi o que recebeu mais eleitoras e eleitores. Com 95% de participação, das 186 pessoas aptas apenas nove não votaram. Mais uma atitude que deve servir de inspiração para futuros pleitos.

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