A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) liberou, nesta sexta-feira (26), a importação de uma vacina contra a varíola dos macacos e do medicamento Tecovirimat, antiviral usado no tratamento da doença. A decisão foi unânime da diretoria colegiada.

Nos dois casos, a dispensa temporária de registro tem prazo de seis meses, podendo ser revogada, e vale apenas para o Ministério da Saúde. Isso significa que empresas privadas não podem ainda importar e comercializar os produtos.

A autorização se aplica à vacina da empresa Bavarian Nordic A/S, fabricada na Dinamarca e na Alemanha. Apesar de ser o mesmo produto, o imunizante é chamado de Jynneos nos Estados Unidos e Imvanex na Europa.

As tratativas para a consolidação da importação do imunizante e do medicamento começaram na semana passada, quando a agência aprovou a dispensa de registro para importação de medicamentos e vacinas destinados à prevenção ou ao tratamento da varíola dos macacos. Essa medida excepcional é importante porque permite que o ministério solicite a importação de fármacos que já tenham sido aprovados por autoridades internacionais e agilize os processos para compra e disponibilização para a população mais necessitada dos medicamentos.

Na última terça-feira (23), o Ministério da Saúde havia pedido a liberação da vacina à Anvisa. O governo federal comprou 50 mil doses junto à Opas (Organização Pan-Americana de Saúde) para a vacinação de grupos específicos, como profissionais de saúde. A expectativa é de que 20 mil doses cheguem ao país em setembro e o restante em outubro.

A Anvisa decidiu que a vacina da Bavarian Nordic deverá ser aplicada apenas em adultos com 18 anos ou mais. O prazo de validade é de 60 meses. Já o antiviral Tecovirimat poderá ser usado com concentração de 200 mg no tratamento de adultos e crianças que pesem no mínimo 13 kg. O medicamento é de uso oral e será destinado aos pacientes mais graves porque o Ministério da Saúde está recebendo uma doação pequena da Opas, para apenas 50 pessoas.

De acordo com o balanço divulgado pelo ministério nesta quinta, o Brasil tem 4.216 casos confirmados de varíola dos macacos e investiga outros 4.858. Na quarta (24), a pasta anunciou o primeiro caso em animal doméstico no país, em Juiz de Fora (MG). Trata-se de um filhote de cachorro de cinco meses.

A OMS já declarou emergência de saúde global por varíola dos macacos e, nesta semana, mais de 70 países haviam notificado infecções pela doença. Toda a atenção é necessária e aos primeiros sintomas - dores no corpo, febre, mal-estar e cansaço, posteriormente evoluindo para um quadro em que aparecem lesões no corpo em formato de bolhas - a pessoa deve procurar um serviço de saúde o mais rápido possível.

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