Imagem ilustrativa da imagem EDITORIAL - Abate de frango bate recorde, mas inflação encarece produção
| Foto: Llis Sayuri/02/06/2014

O Paraná foi responsável por um terço do total de cabeças de frango abatidas no Brasil no segundo trimestre deste ano e mantém o estado na liderança da produção desse tipo de carne no país.

Nesse período, o volume de abate da ave cresceu 6,6% em comparação ao mesmo período do ano passado. Ao todo, o Paraná abateu quase 514 milhões de cabeças de frango entre abril e junho, média de 5,7 milhões de cabeças por dia.

Segundo informações da Pesquisa Trimestral do Abate de Animais, elaborada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), o Brasil abateu de abril a junho deste ano, 1,5 bilhão de cabeças de frango.

Os números representam um alívio para os produtores, diante de um ano que começou difícil em se tratando de custos, principalmente da ração das aves, composta em grande parte de milho, que teve elevação do preço em 115% entre julho de 2020 e junho de 2021.

Reportagem da Folha Rural deste fim de semana (25 e 26) mostra um cenário positivo do setor no Paraná, com tendência que continue a crescer em resposta ao aumento da demanda nacional e internacional, conforme destacou em entrevista o veterinário Roberto de Andrade Silva, analista do Deral (Departamento de Economia Rural), órgão da Secretaria Estadual da Agricultura e do Abastecimento.

A expectativa é que o cenário melhore e que o movimento positivo continue sendo visto até o final do ano, principalmente em consequência à recuperação econômica devido ao aumento de pessoas vacinadas contra a Covid-19 no mundo e às quedas nos índices de contágio do coronavírus.

É claro que os custos da produção ainda preocupam muito quem trabalha no ramo. Além do milho, o preço da energia elétrica é outro obstáculo, porque ela é fundamental para a criação das aves. O famoso efeito dominó da crise hídrica veio, então, bater na mesa do brasileiro, que tem na carne de frango uma opção mais barata em relação a outras fontes de proteína de origem animal. Nesses tempos de inflação, ela continua sendo opção, embora as notícias dão conta de que o consumidor que ganha salário mínimo busca agora por partes menos nobres da ave, como o pé de frango.

Produtor ouvido pela reportagem, Ilton Perez, que trabalha na propriedade de 10 alqueires em Londrina, diz que o expressivo aumento nos gastos com produção acabou reduzindo o lucro, pois em agosto de 2020, o quilo era vendido a R$ 3,16; em agosto deste ano, subiu para R$ 3,50.

A saída é apostar em inovação para obter o máximo desempenho da produção, não abrindo mão do uso de tecnologia nos aviários, um bom acompanhamento técnico, nutrição de qualidade e boa matriz de pintinhos.

E ao consumidor que aguarda que o frango volte a ser uma alternativa mais barata em relação à carne vermelha, a FOLHA publica também nesta edição dicas de como driblar os efeitos nocivos da inflação no salário.

Obrigado por ler a FOLHA!

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| Foto: Llis Sayuri/02/06/2014