EDITORIAL - A sobrevivência dos jornais independentemente do formato
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quinta-feira, 16 de dezembro de 2021
Folha de Londrina
É triste noticiar o fechamento de um jornal, seja impresso ou em uma plataforma digital. Nesta semana, a edição em português do El País de despediu de seus leitores, depois de oito anos no Brasil. Apesar de ter conquistado audiência e assinantes, mesmo assim eles não foram suficientes para garantir a sustentabilidade do negócio.

Jornais, bibliotecas e livrarias não deveriam fechar suas portas por uma questão bem simples: essas casas são guardiãs da democracia, da liberdade de pensamento, da informação e do saber. A descontinuidade de suas atividades abre um vazio difícil de ser preenchido. Ou, pior ainda. O espaço pode acabar sendo ocupado por fontes de informação nem sempre plural e nem sempre responsável.
A comunicação vem mudando de uma forma extraordinária e hoje veículos de imprensa de todos os tamanhos se veem no desafio de fazer um bom jornalismo (que tem um custo) e manter o equilíbrio econômico, lidando com as transformações tecnológicas que impactam no dia a dia.
Assim, o setor da comunicação precisa usar criatividade e conhecimento técnico para superar o desafio da queda das verbas publicitárias. Vencer esse momento difícil requer o entendimento, por parte da população, de que a imprensa é a última trincheira que separa o conteúdo jornalístico de credibilidade da desinformação disfarçada de notícia, aquela que chega por mensagens duvidosas e sem controle algum.
A notícia apurada, matéria-prima dos jornais sérios, é indispensável para uma sociedade se manter esclarecida e informada. Apurar com rigor, aprofundar, contextualizar, oferecer diferentes opiniões têm um custo e são os jornais que têm a expertise de mostrar para as pessoas se aquela informação que chegou até elas pelas redes sociais é verdadeira.
Para manter tudo isso funcionando é essencial o apoio da sociedade. Sustentabilidade poderia até ser uma editoria no jornal, mas é o conceito que permite que os veículos de comunicação se mantenham saudáveis, independentes e capazes de enfrentar a complexa transição imposta pelos avanços tecnológicos.
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